Embaixada do Brasil em Caracas foi informada do ocorrido pelo ONA.
Documentos de amazonenses e drogas foram encontrados junto aos corpos.
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quarta-feira (27) que um avião, que teria saído do Brasil, foi abatido na Venezuela. Na aeronave EMB-820C, foram encontrados restos mortais, documentos de dois supostos amazonenses e carga de drogas. O fato ocorreu no domingo (24). Ao G1, familiares das supostas vítimas disseram não saber sobre as mortes, mas informaram que estão sem se comunicar com eles há alguns dias.
Segundo o Itamaraty, a Embaixada do Brasil em Caracas foi informada do ocorrido pelo Escritório Nacional Antidrogas (ONA), responsável pelo abatimento da aeronave. Segundo portais de notíciasvenezuelanos, a aeronave transportava cocaína. O piloto teria 24 anos e o auxiliar 19.
De acordo com o Ministério venezuelano, os tripulantes não responderam às tentativas de comunicação feitas pelas Forças Armadas, o que levou ao abate. A aeronave estava com falso registro venezuelano, informou o governo.Uma publicação do Ministério do Poder Popular para Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela (MPPRIJP) afirma ainda que o Comando de Defesa Aeroespacial Integral detectou a aeronave voando ilegalmente na região da cidade de Puerto Ayacucho. Em seguida, teria deslocado aviões de caça para abordar o avião supostamente conduzido pelos amazonenses.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse que um dos nomes das vítimas tinha documentação válida para pilotar. A Anac também afirmou não possuir informações sobre o outro tripulante no sistema da Agência.
Ainda conforme o órgão, a aeronave Embraer EMB-820C tem a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) em dia e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido, segundo registros do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).
A Força Aérea Brasileira informou por meio de nota que, em território brasileiro, o último voo registrado da aeronave abatida ocorreu em 23 de fevereiro entre o Aeroclube de Flores emManaus e a cidade de Borba, no interior do Amazonas.
A Embaixada e o Consulado do Brasil na Venezuela informaram que estão em contato com as autoridades venezuelanas para obter mais esclarecimentos sobre o caso.
Familiares
Em Manaus, Marcos Silva, tio do suposto piloto da aeronave, afirmou ao G1 que familiares não receberam qualquer comunicado oficial sobre o caso. Eles tomaram conhecimento das informações por meio de um amigo do rapaz, que trabalhava como piloto.
"Ontem [terça-feira], por volta de 20h (21h pelo horário oficial de Brasília), eu estava em casa quando um amigo dele, do meu sobrinho, veio perguntar por ele. Esse amigo disse que tinha uma informação em um site venezuelano relacionada a ele e pediu para que eu confirmasse se ele estava em casa ou não. Foi o momento em que eu entrei em contato com o pai dele, que me informou que ele havia feito uma viagem no sábado", relatou.
Um tio do outro suposto ocupante do voo disse que a família não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a morte.
"A mãe ficou sabendo agora, porque ligamos para avisar o que aconteceu. Ele morava em Belém com a mãe e a irmã. Ele trabalhava com elas vendendo frango. Ele não era piloto, nunca foi. A gente nem sabia que ele estaria em Manaus ou que ele iria viajar. Foi uma surpresa quando vimos a notícia. Ele passa tempos sem aparecer por aqui, mas quando está em Manaus sempre vem aqui, pedir bênção do tio dele. Se ele se envolveu com drogas, foi muito recente, porque ele é muito tranquilo", afirmou.
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