Decisão foi tomada após abertura de processo que poderia levar à expulsão.
Parlamentar alega que houve 'pré-julgamento público' por parte da legenda.
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O senador Demóstenes Torres (GO) pediu desfiliação do DEM nesta
terça-feira (3) em carta enviada à direção do partido. A decisão foi
tomada após a legenda anunciar a abertura de um processo disciplinar
para apurar se o senador usou seu mandato para favorecer o contraventor
Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em
fevereiro sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás.
O processo disciplinar poderia levar à expulsão de Demóstenes do
partido.
Carta de desfiliação de Demóstenes Torres - clique
aqui para ver ampliada (Foto: Nathalia Passarinho /
G1)
aqui para ver ampliada (Foto: Nathalia Passarinho /
G1)
"Embora discordando frontalmente da afirmação de que eu tenha me
desviado reiteradamente do Programa Partidário, mas diante do
pré-julgamento público que o partido fez, comunico a minha desfiliação
do Democratas", diz carta assinada pelo senador e entregue ao presidente
da legenda, senador Agripino Maia (RN) - veja a íntegra da carta.
Com o pedido de desfiliação, o processo que poderia resultar na expulsão do senador do partido perde o sentido.
Mesmo fora da sigla, Demóstenes continua no cargo e ainda pode
responder a processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro
parlamentar, o que pode resultar em cassação e, consequentemente, na
perda do direito de se eleger. Na semana passada, foi protocolada representação na Comissão de Ética pedindo investigação do envolvimento do parlamentar com Cachoeira.
Após entregar o pedido de desfiliação, a assessoria de Demóstenes
afirmou que ele está "abatido", "chateado", mas "confiante" de que
conseguirá comprovar a inocência.
O DEM vinha cobrando explicações públicas de Demóstenes. O partido
queria que ele apresentasse justificativas ou fizesse um pronunciamento
na tribuna do Senado. Mas o senador argumentou que precisa de mais tempo
para analisar o inquérito ao qual responderá no Supremo Tribunal
Federal.
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