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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Médicos 'reciclam' rim pela primeira vez nos Estados Unidos

Paciente recebeu o órgão e o doou para um terceiro duas semanas depois.
Técnica pode reduzir fila de transplante, mas deve continuar sendo rara.

Da AP

Médicos norte-americanos anunciaram nesta quarta-feira (25) a “reciclagem” de um rim. Ray Fearing recebeu a doação de sua irmã Cera, mas logo a doença que impedia que o rim filtrasse seu sangue começou a afetar o novo órgão. O rim então foi retirado depois de duas semanas, a tempo de ser utilizado em um terceiro paciente, Erwin Gomez.
Erwin Gomez, à esquerda, com os irmãos Ray e Cera Fearing (Foto: AP Photo/Courtesy of Northwestern Memorial Hospital, Laura Brown) 
Erwin Gomez, à esquerda, com os irmãos Ray e Cera Fearing (Foto: AP Photo/Courtesy of Northwestern Memorial Hospital, Laura Brown)
O caso documentado pela conceituada revista médica “New England Journal of Medicine” desta quinta-feira (26) é o primeiro registro de reutilização de órgãos envolvendo apenas pacientes vivos no país.
Normalmente, um rim que começasse a falhar, como foi o caso de Ray, seria jogado fora. A nova técnica surge como uma maneira de aproveitar melhor as doações e evitar o desperdício, já que a fila de transplantes é longa.
Após a doação, Ray volta para a fila, mas não tem que ir para o fim dela, e logo deve receber um rim novo. Até lá, terá que continuar fazendo hemodiálise, tratamento com uma máquina que substitui as funções do rim e, no momento, se sente bem.
Mesmo tristes com a volta para a fila, Ray e Cera concordaram com a operação e desejam uma boa recuperação a Erwin. “Achei que [o rim] estava perdido e iria para o lixo. O fato de que eles conseguiram doar para alguém que possa se beneficiar mostra que valeu a pena”, disse a doadora inicial.
Ray também disse que, apesar da sua doença, está “extremamente feliz por fazer parte de um avanço médico” que possa ajudar outras pessoas. Enquanto isso, Erwin se recupera bem da cirurgia, feita em julho do ano passado.
Esta reciclagem, no entanto, não deve se tornar praxe na medicina. A cirurgia é mais arriscada, e raro conseguir órgãos que ainda tenham saúde suficiente para suportar um novo transplante

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