Por
Andréia Sadi
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Bebianno diz que não irá pedir demissão
Acusado pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, de
mentir, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo
Bebianno, disse ao blog nesta quarta-feira (13) que não pretende pedir demissão
em razão do episódio.
Na terça-feira, Bebianno negou, em entrevista ao jornal 'O Globo', que seja o pivô
de uma crise no governo. Ele afirmou: "Não existe crise
nenhuma. Só hoje falei três vezes com o presidente". Segundo Bebianno, ele
se comunicou com o presidente por meio de um aplicativo de mensagens.
Segundo Carlos Bolsonaro, é uma "mentira absoluta" que
Bebianno tenha falado três vezes nesta terça-feira (12) com Jair Bolsonaro
enquanto o presidente ainda estava internado no hospital Albert Einstein, em
São Paulo – Bolsonaro recebeu alta nesta quarta e voltou para Brasília.
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Bebianno diz que não pedirá demissão e que não mentiu sobre ter
conversado com Bolsonaro
Para sustentar o que chamou de "mentira", o filho do
presidente divulgou uma gravação em áudio do pai na qual ele supostamente
conversa por telefone com Bebbiano. A gravação reproduz somente a voz de
Bolsonaro.
No último domingo, reportagem do jornal "Folha de S.Paulo"
informou que no ano passado, durante a campanha eleitoral, Bebianno, então
presidente do PSL, liberou R$ 400 mil de dinheiro público, do fundo partidário,
para uma candidata "laranja" de Pernambuco que concorreu a uma vaga
de deputada federal e recebeu 274 votos.
Veja abaixo os principais trechos da entrevista de Bebbiano ao blog:
Blog - Ministro, o sr. está em meio a uma crise no Palácio do Planalto.
Hoje, o vereador Carlos Bolsonaro divulgou áudio do pai dele presidente da
República para desmenti-lo. Esclareça esse episódio. O que de fato Carlos
Bolsonaro está falando?
Gustavo Bebianno - Eu não sei, não
acompanho muito as redes sociais. Eu mantive no dia de ontem algumas conversas
com o presidente, conversas institucionais. Em uma dessas conversas, o
presidente solicitou que a viagem que seria feita ao norte do país fosse adiada
por questões que serão conversadas ainda. Depois falamos de outro assunto
institucional, nada demais, não falamos de PSL, não falamos.
Blog - Ele não perguntou nada sobre essa questão dos laranjas?
Bebianno - Não, não me perguntou nada.
Eu também não falei nada.
Blog - O filho do presidente, na avaliação do sr., está pressionando
para que o sr. deixe o cargo?
Bebianno - Eu não vejo isso
diretamente. Nada de maneira formal chegou até mim. Eu espero para conversar
com o presidente amanhã ou depois de amanhã.
Blog - O sr. ainda não conversou com o presidente?
Bebianno - Não, não conversei sobre
isso.
Blog - O sr. tem a intenção, diante desse desgaste, de deixar o cargo,
de se demitir?
Bebianno - Não tenho essa intenção porque
não fiz nada de errado. Meu trabalho continua sendo em benefício do Brasil. O
presidente, se entender que eu não deva mais continuar, ele certamente vai me
comunicar. Mas até aqui minha relação com ele foi sempre a melhor possível, da
minha parte tudo foi feito com honestidade, correção e vamos esperar para ver o
que acontece
Blog - O sr. não recebeu nenhuma sinalização de que quer que o sr. deixe
o cargo?
Bebbiano - Não, até agora não.
Blog - Ministro, esta não é a primeira vez que o senhor e o filho do
presidente se estranham. Qual o pano de fundo disso? Como a gente explica?
Bebianno - Essa pergunta tem que ser feita
a ele. Da minha parte, eu sempre selei a paz, a concórdia. O Brasil tem
problemas sérios que precisam ser resolvidos. Eu acompanhei o presidente
durante toda a pré-campanha e campanha por quase dois anos, e eu acho que é
hora de trabalhar. Eu não entro nesse tipo de discussão. Não sou homem de
postar coisas em redes sociais, de ficar acompanhando redes sociais, não faz
parte da minha rotina. Então as notícias que nos chegam eu recebo com uma certa
tristeza, perplexidade, não compreendo.
Blog - O sr. não entendeu o vazamento desse áudio?
Bebianno - Eu não entendo. Enquanto
ministro de estado, eu vou manter a minha postura , a liturgia inerente à
função e não comento esse tipo de coisa.
Blog - Ele disse que o senhor estava mentindo. O sr. estava mentindo,
ministro?
Bebianno - Não, Andréia, eu mantive
contatos com o presidente, como eu já disse. Tratamos de um assunto
institucional e de um outro assunto relacionado à viagem que seria feita ao
Pará. E essa viagem foi adiada por conta do pedido do presidente, o que foi
feito ontem. Então, o contato houve, houve troca de mensagens por WhatsApp.
Alguns poucos áudios, foi isso que aconteceu.
Blog - O sr. agora aguarda o presidente. É isso?
Bebianno - Eu aguardo o presidente.
Blog - O sr. falou que sempre agiu com muita correção. O sr foi
presidente do partido. Tem uma acusação que o sr. teria liberado R$ 400 mil
para uma candidata em Pernambuco. Liberou?
Bebianno - É humanamente impossível
para uma pessoa adivinhar, saber. Foi uma eleição majoritária e proporcional.
Então, nós tivemos milhares de deputados estaduais, candidatos a deputados
estaduais, candidatos a deputado federal, senadores, governadores. Então,
humanamente impossível num país como o Brasil, de Brasília, eu saber se
determinado candidato do Amazonas, do Rio Grande do Sul, tem condição de
eleição ou não. Então, até sobre o ponto de vista legal e até de acordo com o
estatuto do PSL, quem monta a chapa são as executivas estaduais. A montagem de
chapa é uma responsabilidade de cada estado, cada diretório estadual. E assim
foi feito pelo Brasil.
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