Por G1
O dólar opera em
alta nesta terça-feira (4), chegando a R$ 4,19 logo na abertura da sessão,
diante das preocupações com a guerra comercial e com países emergentes e em
meio à expectativa pelos números da pesquisa de intenção de votos do Ibope após
o fechamento do mercado.
Às 10h32, a
moeda norte-americana subia 0,79%, vendida a R$ 4,1834. Veja mais cotações. Na máxima do dia, o
dólar chegou a R$ 4,1922.
Na véspera, o
dólar fechou em alta de 1,93%, a R$ 4,1505 - no maior valor desde janeiro de
2016. No ano, o dólar já acumula alta de mais de 25% sobre o real.
A maior cotação
de fechamento já registrada foi a do dia 21 de janeiro de 2016, quando a moeda
dos EUA encerrou o pregão a R$ 4,1631. Já a máxima de negociação foi registrada
no dia 24 de setembro de 2015, quando o dólar foi a R$ 4,2484.
Variação do dólar em 2018
Diferença entre o dólar turismo e o comercial, considerando valor de
fechamento
em R$dólar comercialdólar turismo (sem
IOF)12/129/117/125/12/214/222/22/312/320/328/36/416/424/43/511/521/529/57/615/625/063/711/719/727/76/814/822/830/833,253,53,7544,254,5
Fonte: Valor PRO
O Banco Central
realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais,
equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro,
no total de US$ 9,801 bilhões.
Se mantiver essa
oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Novo patamar e perspectivas
A recente
disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio,
acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário
externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores têm
comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais
baixa para candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado e
comprometidos com a agenda de reformas e ajuste das contas públicas.
As incertezas e
o nervosismo geram maior demanda por proteção em dólar, o que pressiona a
cotação da moeda. Importadores, empresas com dívidas em dólar e turistas
preocupados passam a comprar mais dólares também e contribuem para elevar o
preço da moeda norte-americana.
Outro fator que
pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias
avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de
dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra
comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise na
Argentina.
A visão dos
analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado ficará
testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior
definição da corrida eleitoral.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no
fim de 2018 foi elevada de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar,
segundo boletim Focus divulgado na segunda-feira (3) pelo Banco Central. Para o
fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,70 por dólar.
Os analistas
destacam que, embora todas as moedas de países emergentes estejam sendo
fortemente desvalorizadas, o Brasil se encontra em melhor situação em razão dos
mais de R$ 382 bilhões em reservas e que, até o momento, não tem sido observada
falta de liquidez ou fuga de dólares do país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário