Candidato do PSDB ao Senado pelo
Paraná foi entrevistado no Bom Dia Paraná desta quinta-feira (20).
Por
RPC Curitiba e G1 PR
O candidato ao Senado pelo Paraná Beto Richa (PSDB) disse, em entrevista
ao Bom Dia Paraná nesta quinta-feira (20), que as acusações feitas contra ele
pelo empresário e delator da Operação Rádio Patrulha, Tony Garcia, não têm
credibilidade.
Beto disse que o relato detectado em conversa telefônica não se tratava
de propina e que aguarda da perícia da fita onde foi registrada a gravação
entre ele e Tony e Garcia para apurar se há montagem. "Nitidamente, há
impressão que tem edição dessa fita", afirmou.
O "tico-tico",
segundo Beto Richa, é o empresário dizendo que recebeu um pouco de um contrato
que estava atrasado.
Nesta semana, a RPC – afiliada da Rede Globo no
Paraná – está realizando entrevistas com os candidatos do estado ao Senado.
Confira abaixo o cronograma das entrevistas, que seguem até sexta-feira (21).
O ex-governador do Paraná chegou a ficar
preso, por quatro dias, por conta da Operação Rádio Patrulha do
Ministério Público do Paraná (MP-PR) que investiga crimes em licitações para o
reparo de estradas rurais do estado pelo programa Patrulha do Campo. De acordo
com Beto Richa, o programa foi um "espetáculo" e beneficiou mais de
200 cidades.
Ao todo, 15 pessoas foram
presas em 11 de setembro. Com exceção do ex-chefe de
gabinete Deonilson Roldo, que também foi preso no mesmo dia pela Operação Lava
Jato, todos os investigados foram soltos.
Beto Richa foi entrevistado no Bom Dia Paraná nesta quinta-feira (20) —
Foto: Reprodução/RPC
O ex-governador disse que os contratos das patrulhas foram rompidos pelo
governo estadual e que, em época de crise financeira nacional, preferiu
investir em Educação, Saúde e Segurança. "Governar é isso, é escolher
prioridades", afirmou.
Beto Richa comentou o fato de pessoas próximas a ele – como Deonilson Rodo,
que é réu na Lava Jato, entre outros – serem investigadas por
corrupção e até mesmo terem se tornado delatoras da Justiça.
"O governo tem 260 mil servidores. Nós temos cargos comissionados,
nós temos secretários de estado e ficamos mais de sete anos no governo. Se
alguém cometeu algum crime que seja provado, que responda por isso. Eu nunca
passei a mão na cabeça de ninguém e sempre deixei claro: não tenho compromisso
com erro de ninguém, cada um que se explique, cada um que dê a sua
satisfação", disse.
Operação Quadro Negro
Beto Richa afirmou que, em algum momento, a cadeia de fiscalização que
deveria existir dentro do governo se rompeu. O desvio na área da Educação,
ocorrido durante a gestão dele enquanto governador do Paraná, é investigado
pela Operação Quadro Negro.
"Nós nominamos Quadro Negro pelo nosso governo, mandamos para a
Polícia Civil do Paraná, e alguns foram presos. Abrimos inquérito de ação por
improbidade, e todos tiveram seus bens indisponíveis. Todas as medidas foram
tomadas. Começamos as investigações em março de 2015, encaminhamos para o
Ministério Público, para o Tribunal de Contas do Estado, para a Controladoria
do Estado, e o Ministério Público abriu a investigação em dezembro de 2015.
Todas as medidas foram tomadas, eu nunca varri nada para debaixo do tapete e
nunca poupei ninguém", explicou.
Candidatura
A coligação de Beto Richa pediu a retirada da candidatura dele ao
Senado. Além disso, dois candidatos ao Governo do Paraná e que fizeram parte da
gestão de Beto Richa no estado disseram que não querem mais o apoio dele.
"Não há dúvida que esse comportamento é oportunista", afirmou.
Ele garantiu que está no páreo. "Eu vou sozinho, não estou pedindo
solidariedade de ninguém", disse.
Operação Rádio Patrulha
Conforme o MP-PR, a Operação Rádio Patulha apura o pagamento de propina
a agentes públicos, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de
dinheiro e obstrução da Justiça.
Beto Richa é
considerado chefe da organização criminosa, que fraudou uma
licitação de mais de R$ 70 milhões para manutenção das estradas rurais, em
2011, segundo as investigações.
O ex-governador e candidato ao Senada nega as suspeitas que caem sobre
ele.
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