Caminhoneiros
continuam fazendo protestos em rodovias do país nesta quarta-feira (30), o 10º
dia da greve. Há atos em pelo menos 16 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito
Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande
do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São
Paulo.
Equipes garantem a passagem de
caminhões na via Dutra (Foto: Michele Sampaio/TV Vanguarda)
Em alguns
estados, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Forças Armadas desbloquearam
trechos ocupados por caminhoneiros, como Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Paraná, Roraima e São Paulo. Na Rodovia
Dutra, entre as cidades de Jacareí e Taubaté e também em Santa Isabel, no interior
paulista, os policiais impedem que caminhões que queiram passar pelos bloqueios
sejam barrados e também escoltam os que desejam abandonar o movimento.
Já no Rio Grande do Norte, caminhoneiros ainda estão
sendo impedidos de transitar pela BR-101, em Parnamirim,
cidade da Grande Natal. No Ceará, usuários das rodovias relatam bloqueios nas BRs
226, 222 e 020. Manifestantes estacionados às margens da rodovia estadual CE
155 não interditam vias, mas barram a saída de cargas do Porto do Pecém.
Para-brisas foi atingido pelas pedras
(Foto: Reprodução/TV TEM)
Um caminhoneiro teve o veículo apedrejado ao tentar
passar pela Rodovia Marechal Rondon em Agudos, no interior
de São Paulo, nesta manhã, segundo a Polícia Rodoviária. O caminhão
transportava alimentos para uma fábrica de refrigerantes em Bauru e o ajudante
do motorista ficou ferido. Na terça, um caminhoneiro foi agredido em Tocantins após
furar um bloqueio na BR-153, em Miranorte.
Em Goiás, um
grupo impediu a população de abastecer em um posto de gasolina em Mineiros e houve confusão.
O abastecimento
de combustível começou a voltar ao normal em algumas cidades do país. Em
Salvador, motoristas quase não encontram mais filas para abastecer. Em outras
capitais, como Florianópolis e Recife, ainda há muita espera para chegar até a
bomba de combustível. Em Porto Alegre, o tamanho das filas já era menor no
início da manhã.
No Rio de
Janeiro, as distribuidoras estão trabalhando normalmente, sem escolta ou
comboio militar. Cerca de 15% dos postos da cidade do Rio foram
atendidos na terça, mas a maioria já secou. A situação só deve voltar ao normal
após o feriado. Em São Paulo, 12% dos postos receberam combustível ontem.
Em São José do
Rio Preto (SP), caminhões-tanque estão entrando e saindo sem escolta policial
da central de distribuição de combustíveis.
Nesta terça
(29), o presidente Michel Temer afirmou que pode reexaminar a política de preços da Petrobras.
Os frequentes e até diários reajustes nos preços dos combustíveis, decorrentes
dessa política, estiveram entre os principais fatores que motivaram a greve dos
caminhoneiros. Desde julho do ano passado, a Petrobras promove os reajustes com
base na variação do dólar e dos preços do petróleo no mercado internacional.
A oferta de
transporte público também continua dando sinais de melhora; veja abaixo.
Transporte público
·
Rio de Janeiro:
BRT opera normalmente e ônibus comuns rodaram com 71% da frota.
·
São Paulo: 69%
da frota circulava às 7h30.
Alimentos
No Rio
de Janeiro, a oferta de hortaliças está se normalizando, mas alguns
legumes, como batatas e cenouras, ainda são raros.
A Ceasa de
Campinas opera com 40% do abastecimento nesta quarta, na terça era apenas 5% da
capacidade total. Os preços, no entanto, continuam bem altos, a caixa de 20kg
de tomate foi de R$ 60 para R$ 120 e a batata está sendo vendida por R$ 400, um
saco de 50kg.
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