Por Marco Antônio Martins, G1 Rio
"Gigantesca rede
de lavagem de dinheiro" é a dimensão dada pelo Ministério Público Federal
no Rio de Janeiro a esquema atribuído a Darío Messer, o "doleiro dos
doleiros". Com prisão decretada pela Justiça Federal, Messer foi o
principal alvo de operação do MPF
realizada nesta quinta-feira (3) para desmembrar uma
organização criminosa que teria movimentado, desde 2011, R$ 6 bilhões.
Há mandado de
prisão contra ele no Paraguai, e seu nome já foi incluído na Difusão Vermelha
da Interpol, o que em tese dificultaria deslocamento por aeroportos.
Engenheiro por
formação, Darío Messer está no radar da Polícia Federal há cerca de 30 anos,
com citações em inquéritos policiais desde o fim dos anos 1980. Já naquela
época, o doleiro aparecia como operador de personalidades do Rio. Por exemplo,
Waldomiro Paes Garcia, o Miro, então patrono da escola de samba Acadêmicos do
Salgueiro.
Há 15 anos, a
Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado também esbarrou em Messer. Foi
descoberta uma movimentação de R$ 8 bilhões de forma irregular entre 1996 e
2002 ligada ao doleiro. Na ocasião, houve pedido de indiciamento de Messer, que
não foi sequer preso.
Em mais um caso
milionário, Messer acabou citado em depoimentos no esquema de envio irregular de
US$ 33 milhões para o exterior por fiscais da Fazenda do RJ e auditores
fiscais. O escândalo ficou conhecido como "Propinoduto".
Já no escândalo
do "Mensalão", a PF apontou o doleiro como responsável por enviar US$
1 bilhão de forma irregular para o exterior e entregar o dinheiro, em reais, no
Banco Rural para integrantes do PT. O doleiro foi citado, ainda, em
investigação acusado de ser dono de uma offshore no Panamá no caso do
Swissleaks.
Messer também
era "figurinha carimbada" no Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, o Coaf. Pelo órgão, foram expedidos, pelo menos, cinco relatórios
sobre o doleiro que atestavam irregularidades em transações financeiras entre
2010 e 2015.
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