Polícia Federal
(PF) prendeu na manhã desta terça-feira (15) Carlos Alexandre de Souza Rocha,
conhecido como Ceará, delator da Lava Jato. Outras sete pessoas também foram
presas em uma operação contra lavagem de dinheiro do tráfico internacional de
drogas.
Ceará atuava na
Lava Jato com o doleiro Alberto Youssef e firmou acordo de
delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O acordo foi
homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A PF disse que vai avisar as
duas instituições para que avaliem a rescisão do acordo.
Ceará foi preso
preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado, em João Pessoa (PB). Como
delator da Lava Jato, ele mencionou os políticos Fernando Collor de Mello,
Aécio Neves, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues. (Veja abaixo).
PF apreendeu dinheiro durante busca
realizada em Recife, pela Operação Efeito Dominó (Foto: Divulgação/Polícia
Federal)
Outros doleiros
O G1 apurou
que, além dele, outros dois operadores financeiros agem no esquema investigado
pela Operação Efeito Dominó, deflagrada nesta terça.
Um deles,
Edmundo Gurgel Junior, foi investigado pela PF no caso Banestado, na Operação
Farol da Colina, segundo a Polícia Federal. Ele foi alvo de prisão preventiva,
no Recife (PE).
O outro doleiro
preso é José Maria Gomes. A prisão dele é temporária e ocorreu no Rio de
Janeiro (RJ).
Todos os presos
serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba. O G1 tenta
localizar os advogados dos citados.
Operação Efeito Dominó
Batizada de
Efeito Dominó, a ação é um desdobramento da Operação Spectrum, deflagrada em
2017. Na ocasião, Luiz Carlos da Rocha – o Cabeça Branca, um dos maiores
traficantes da América do Sul, segundo a PF – foi preso em Sorriso (MT).
De acordo com a
PF, a investigação policial apontou uma "complexa e organizada
estrutura" destinada à lavagem de recursos provenientes do tráfico
internacional de entorpecentes.
A estratégia da
operação, conforme a PF, é baseda na ligação de interesses das atividades
ilícitas dos "clientes dos doleiros" investigados. Até o momento, a
Polícia Federal não havia dito quem são esses "clientes", nem o ramo
de atuação.
De um lado,
havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie
para o pagamento de propinas, segundo a PF.
Do outro, de
acordo com a PF, traficantes internacionais como – Cabeça Branca – tinham
disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para
fazer as transações internacionais com fornecedores de cocaína.
Ao todo, são 26
mandados judiciais expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba. Há 18 de busca
e apreensão, cinco de prisão preventiva e três de prisão temporária.
Os mandados são
cumpridos no Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul,
Distrito Federal e em São Paulo.
Crimes de
lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização
criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes são
apurados pela Operação Efeito Dominó.
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