- Rodrigo Félix/Agência de Notícias Gazeta do Povo/Estadão ConteúdoAcompanhado de agentes da PF, Sérgio Cabral faz exames no IML de Curitiba
Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) chegou ao Paraná, no Aeroporto Afonso Pena, por volta das 16h30 deste sábado (10) em avião da Polícia Federal. O político, que estava preso em Bangu, vai ficar detido em uma cela da PF em Curitiba, berço da Operação Lava Jato.
O ex-governador foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer exames e seguiu logo depois para a carceragem da PF. Por causa da presença de manifestantes, a PF fez um esquema diferenciado com Cabral, que entrou pela porta dos fundos da sede da polícia.
Cabral está implicado na na Operação Calicute - desdobramento da Lava Jato -, sob suspeita de recebimento de mesadas milionárias de empreiteiras, O ex-governador fluminense estava preso no Complexo Penitenciário de Bangu 8, na zona oeste do Rio, desde o último dia 17 de novembro.
A mudança foi solicitada à 7ª Vara Criminal Federal pelo promotor André Guilherme Freitas, da Promotoria de Justiça de Execuções Penais do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio). Em ofício, ele aponta que o ex-governador está recebendo visitas de forma "irregular e ilegal".
"O referido réu está recebendo visitas de familiares e pessoas amigas em desconformidade com resolução que limita a um único credenciamento de pessoa amiga", informa o documento. Cabral recebeu a visita dos deputados Jorge Picciani (PMDB), presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado), Paulo Melo (PMDB), e Cidinha Campos (PDT).
A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo também visitou o marido, antes de ela mesma ser presa, na última terça-feira (6). Como o documento de acesso ao sistema penitenciário não estava pronto, ela obteve autorização especial para ver Cabral. Adriana está presa em Bangu.
Em Curitiba, Cabral só poderá receber visitas, a princípio, na próxima quarta-feira (14).
Entre os vizinhos de cela de Cabral na Custódia federal em Curitiba estão o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma), o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Corrupção passiva e lavagem de dinheiro
No Rio, o peemedebista já é réu em ação penal por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa - delatores informaram a Procuradoria da República e a PF que Cabral recebia mesadas de até R$ 500 mil da Carioca Engenharia e de R$ 350 mil da Andrade Gutierrez.
Em Curitiba, ele é alvo de inquérito por suspeita de recebimento de propinas nas obras do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), atrelado à Petrobras. A base da Lava Jato é o esquema de propinas e cartelização na estatal petrolífera.
O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão, um expedido pelo juiz Bretas, o outro pelo juiz Sérgio Moro, símbolo da Lava Jato.
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