Nova geração do sedã é moderna e com lista rica de equipamentos.
Versão topo de linha esbanja tecnologia, mas requer tempo para se adaptar.
Esqueça o Fusion que já conhece, com detalhes cromados que roubam a
atenção, cara de "tiozão", motor só a gasolina... O carro que a Ford
apresentou a jornalistas brasileiros na última terça-feira (16) e que
terá uma versão à venda a partir de dezembro é outro.
O novo Fusion é o resultado de um projeto de 4 anos que "juntou" as
plataformas do já conhecido sedã que leva esse nome e do Mondeo europeu,
com a missão de agradar a consumidores de 160 países onde o novo
Fusion/Mondeo será vendido, além de atender às necessidades de tempos de
crise e preocupação ambiental, como menor consumo de combustível e de
emissões de poluentes. Ele ainda terá de ser adaptar a variações de
carroceria, como a perua já pensada para a Europa, que só receberá o
carro no ano que vem.
Nova geração do Ford Fusion (Foto: Divulgação)
A "briga" entre engenharia e design deve ter sido boa. De um lado,
havia a necessidade de fazer um carro seguro sem ser pesadão, silencioso
para os ocupantes acostumados a carros "top" e com solução aerodinâmica
que também o fizesse "beber" menos. De outro, havia a intenção de criar
um design moderno e marcante, além de prezar o conforto típico do
segmento. "É um carro praticamente esculpido em túnel de vento", resume o
engenheiro brasileiro Alexandre Henriques, que participou do projeto
nos Estados Unidos, referindo-se ao local onde as montadoras simulam as
condições em que um carro roda sem que ele saia do lugar. O Fusion
passou 450 horas ali, diz a Ford.
Roda do Fusion testado nos EUA é aro 19; no
Brasil, será aro 18 (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
Brasil, será aro 18 (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
O que muda no carro para o BrasilComo carro
"global", a Ford pretende lançá-lo praticamente igual nesses mais de cem
mercados. Para o Brasil, a única diferença para as unidades à venda nos
EUA é que elas possuem um opcional de roda de aro 19, usado na
avaliação do G1, enquanto aqui só haverá a de 18.
Para chegar ao carro "de todos", houve palpites de mercados diversos. O
brasileiro, diz a Ford, apontava para questões de conforto - a descida
do vidro elétrico com um só toque no botão (one touch), por exemplo - e
para a preocupação de que o carro tivesse "uma tecnologia que o
[consumidor] pudesse pagar", acrescenta Henriques. E, finalmente, o
carro terá a opção de motor flex. O Duratec 2.5, o mesmo que equipa a
nova Ranger, será o propulsor da versão "de entrada", que chega em março
que vem.
Mas, neste lançamento, a Ford se concentra na topo de linha Titanium
(nome que ela usa também para o EcoSport) com tração integral permanente
(AWD) e que marca a estreia da família de motores EcoBoost no mercado
brasileiro. Equipando o EcoSport lá fora, entre outros, ela é um fruto
do "dançar conforme a música". Utiliza injeção direta de combustível e
tem blocos menores e, portanto, mais leves e de consumo mais baixo, que
rendem tanto quanto "grandalhões" como o 3.0 que vai substituir no
Fusion. Porém, o EcoBoost ainda aceita apenas gasolina.
VEJA OS CONCORRENTES DO FORD FUSION 2.0 TITANIUM | |
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FORD FUSION TITANIUM Motor: 2.0 16V (240 cv) gasolina Câmbio: Automático, 6 marchas Comprimento: 4,87 m Entre-eixos: 2,85 m Largura: 1,91 m Altura: 1,48 m Porta-malas: 453 litros Peso: 1.689 kg Preço: R$ 112.990 |
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HYUNDAI AZERA Motor: 3.0 V6 (270 cv) gasolina Câmbio: Automático, 6 marchas Comprimento: 4,91 m Entre-eixos: 2,84 m Largura: 1,86 m Altura: 1,47 m Porta-malas: 461 litros Peso: 1.581 kg Preço: a partir de R$ 110.000 |
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VOLKSWAGEN PASSAT Motor: 2.0 16V turbo (211 cv) gasolina Câmbio: Automatizado de dupla embreagem, 6 marchas Comprimento: 4,77 m Entre-eixos: 2,71 m Largura: 1,82 m Altura: 1,48 m Porta-malas: 485 litros Peso: 1.474 kg Preço: a partir de R$ 122.450 |
Outro trunfo da versão mais cara é o pacote recheadíssimo, incluindo
itens de série que, no mercado brasileiro, só apareciam em carros mais
luxuosos. Daí a Ford
ousar a apontar como concorrentes, além de Volkswagen Passat e Hyundai
Azera, também modelos bem mais caros como Toyota Camry e Volvo S60.
Com a vantagem de, vindo do México, "escapar" da taxa de importação, o
Fusion topo de linha fica na média dos rivais mais diretos, com preço
sugerido de R$ 112.990. É com ele que irá para a pré-venda de 400
unidades, em novembro. Os valores das demais versões, incluindo a flex,
ainda não foram divulgados.
Traseira do novo Ford Fusion (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
ImpressõesO G1 experimentou essa
versão mais cara por cerca de 150 km divididos entre 4 motoristas, em
trajeto basicamente urbano, com velocidade máxima permitida de 55 km/h
na maior parte do tempo. Antes do teste, a Ford bateu bastante na tecla
da esportividade, tanto se referindo ao design quanto ao desempenho do
novo Fusion. O vice-presidente da Ford, Rogelio Goldfarb, chegou a dizer
que se trata de "um carro para Autobahn", como se chamam as estradas da
Alemanha sem limite de velocidadade. Mas, nas condições descritas
acima, o sedã pouco pôde mostrar do seu lado mais "rebelde"...
Visual segue estilo de outros modelos da empresa (Foto: Divulgação)
Restou ter uma breve experiência de como é usar o carro na cidade. E
ali ele esbanjou qualidades ao volante: direção elétrica bem ajustada,
banco confortável, com ajuste elétrico (e fácil) de altura e lombar,
comandos à mão, painel de instrumentos e computador de bordo com boa
visibilidade, e o motor EcoBoost respondendo bem desde as primeiras
aceleradas - e "pedindo" mais... O bloco que equipa o Fusion é um 2.0
quatro cilindros que, graças ao turbo, rende 240 cavalos de potência a
5.500 rpm e tem torque máximo de 34,7 kgfm a 3.000 rpm.
Haja tecnologiaComo já dito, outro cartão de
visitas que a Ford quer deixar para o Fusion é o de ser um carro cheio
de tecnologia. Há diversos sistemas de assistência ao motorista: para
monitorar a velocidade do carro da frente (e frear, se estiver no piloto
automático), para avisá-lo quando sair da faixa (corrigindo suavemente a
trajetória se o condutor não "acordar"), para estacionar por ele em
vagas que exigem baliza (o motorista só freia e acelera) ou em
subida/descida, etc.
Os alertas vão surgindo por meio de cores, som e imagem: um trilho de
luz vermelha acende acima do painel quando a velocidade está muito acima
daquela do carro da frente; faixas vermelhas, verdes e amarelas no
computador de bordo mostram se o motorista sai ou não da linha; a câmera
de ré mostra em cores o que se passa na traseira do carro, com
"desenho" da trajetória prevista; a tela central, segundo a Ford, aponta
os postos mais próximos se o combustível estiver na reserva; e assim
por diante... Usar tantos recursos ao mesmo tempo pode ser um tanto
confuso, mas o condutor tem a opção de desligar boa parte deles.
Tela
de 8 polegadas é a central do sistema multimídia; acima, à dir., o GPS
em inglês - mas a Ford promete que o carro chega ao Brasil já com a
navegação em português; abaixo, imagem da câmera de ré
(Foto: Luciana de Oliveira/G1)
(Foto: Luciana de Oliveira/G1)
Atualizado, o sistema de conectividade, no centro do painel, controla
desde de som e GPS (que será em português), chegada de mensagens SMS,
até a distribuição do ar-condicionado. Soa como um paraíso, mas não é
fácil usar as funções simultâneas logo de cara, ainda mais enquanto
dirige. É possível (e mais seguro) comandar tudo por voz ou a tocar na
tela. Mesmo que a Ford diga que é tudo muito intuitivo, é melhor
"treinar" como carona primeiro.
O sistema de abertura das portas sem chave também foi atualizado. Agora
o código aparece na coluna B, ao lado do vidro do motorista, em lugar
das teclas na maçaneta de antes.
Código de abertura da porta sem chave agora fica na coluna B (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
Por dentro e por foraSe o Fusion sempre foi
confortável, o impacto da renovação do sedã é maior pelo lado estético.
No interior, o painel é bastante limpo, mas não sem graça. As teclas que
persistem (que não são virtuais) são planas, ajudando a dar essa
sensação de ambiente simples, mas não simplório. O preto continua
predominando, mas divide espaço com o cinza nas portas, que têm bom
acabamento na versão topo de linha.
Porta-objetos que fica atrás do câmbio é vazado
nas laterais (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
nas laterais (Foto: Luciana de Oliveira/G1)
Os bancos também são confortáveis, inclusive atrás, com bom espaço para
pernas. Eles serão de couro em todas as versões. Na "top", os da frente
possuem aquecimento. Há descanso para o braço na frente e no banco
traseiro. E uma boa sacada: um dos porta-objetos, atrás do câmbio, é
vazado também para os lados, facilitando que o motorista alcance mais
facilmente o que foi deixado ali.
Por fora, o Fusion se mostra bem mais atual e, pelo menos nesse
quesito, deverá atrair olhares de gente muito mais jovem do que os que
"namoravam" seu antecessor. O destaque é a traseira "fastback": a linha
do carro, ao chegar lá, tem uma descida repentina. A frente tem a grade
larga, típica dos carros atuais da Ford, e os detalhes cromados desta
vez são discretos: emoldurando essa grade e na contornando os vidros na
parte superior.
ConclusãoCom essa renovação, o Fusion mostra
potencial para conquistar um público que não conseguiu ganhar no Brasil
com o antecessor. Além do visual, deverá atrair consumidores, como diz a
própria Ford, "que têm R$ 100 mil" para gastar com o carro, pelo
custo-benefício: motor moderno e lista de equipamentos extensa e rica. E
a lista do Fusion flex, considerado "de entrada" para a gama e que
deverá sair por menos de R$ 100 mil, não será muito desfalcada, promete a
montadora. Deve seguir o que é oferecido para o 2.5 nos EUA.
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