Empresa pede a 1,5 bilhão de usuários
em todo o mundo que atualizem o aplicativo para versão mais recente.
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Das agências internacionais
Logotipo do aplicativo Whatsapp — Foto: Dado Ruvic / Arquivo / Reuters
O aplicativo de mensagem instantânea WhatsApp, de
propriedade do Facebook,
informou na segunda-feira (13) que detectou uma vulnerabilidade em seu sistema
que permitia que hackers instalassem um tipo de "spyware", um
software para ter acesso a dados do aparelho, em alguns telefones.
A empresa confirmou em comunicado à imprensa a informação publicada
horas antes pelo "Financial Times" e pediu ao 1,5 bilhão de usuários
em todo o mundo que "atualizem o aplicativo para sua versão mais
recente" e mantenham durante o dia seu sistema operativo como medida de "proteção".
O WhatsApp, que foi adquirido pelo
Facebook em 2014, afirmou que "dezenas" de telefones
foram afetados e que as vítimas foram escolhidas "especificamente",
de maneira que em princípio não se trataria de um ataque em grande escala.
Quem fez o ataque?
O software espião que foi instalado nos telefones "se
assemelha" à tecnologia desenvolvida pela empresa de cibersegurança
israelense NSO Group, que levou o WhatsApp a colocá-la como o principal
suspeito por trás do programa de espionagem.
A vulnerabilidade no sistema, para a qual a empresa lançou uma
atualização na segunda-feira, foi detectada no início de maio, quando o
WhatsApp trabalhava para melhorar a segurança das chamadas de áudio. Por
enquanto, não se sabe quanto tempo duraram as atividades de espionagem.
Os hackers faziam uma ligação através do WhatsApp para o telefone cujos
dados queriam acessar e, mesmo que o destinatário não respondesse à chamada, um
programa de spyware era instalado nos dispositivos.
Em muitos casos, a chamada desaparecia mais tarde do histórico do
aparelho, de modo que, se ele não tivesse visto a chamada entrar naquele
momento, o usuário afetado não suspeitaria de nada.
Vítimas da espionagem
O WhatsApp assegurou que, logo após tomar conhecimento dos ataques,
alertou organizações de direitos humanos (que estavam entre as vítimas da
espionagem), empresas de segurança cibernética e o Departamento de Justiça dos
EUA.
O fato de algumas das organizações afetadas serem plataformas de defesa
dos direitos humanos reforça a hipótese de envolvimento do Grupo NSO, uma vez
que seu software já foi utilizado no passado para realizar ataques contra esse
tipo de entidades.
O NSO Group opera de forma obscura e, durante muitos anos, desenvolveu
secretamente spywares para seus clientes, entre os quais governos de todo o
mundo, que os utilizam para acessar dispositivos móveis e obter informações.
O spyware teve capacidade para infectar telefones com sistema
operacional da Apple (iOS) e do Google (Android).
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