Congresso fez modificações na medida provisória que reestruturou a
administração pública federal
Ficou explicitado ao longo desta semana um movimento suprapartidário no
Congresso Nacional para esvaziar investigações como a Lava Jato. Mesmo com a
renovação de parlamentares na última eleição, o espírito de autopreservação do
Legislativo permanece majoritário, principalmente na Câmara dos Deputados.
O sinal mais visível dessa articulação foi um duplo movimento na
comissão especial que analisou a MP que reestrutura a administração pública
federal na gestão Bolsonaro. A comissão tirou o Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que fiscaliza movimentações
financeiras, das mãos do ministro da Justiça, Sérgio Moro. E limitou a atuação dos auditores da Receita no
combate à corrupção.
O indicativo é que esse movimento é só o começo para outras ações,
inclusive com a retomada da tramitação do projeto que altera a Lei de Abuso de Autoridade.
Esse movimento suprapartidário acaba unindo desde partidos de esquerda, como o
PT, até partidos do chamado “Centrão”, com o argumento de que é preciso barrar
um ambiente de um “Estado policialesco”.
Nesse episódio, o governo aparentava estar perdido, sem saber como
atuar. Tanto, que depois da derrota na comissão, havia um grupo que defendia
aprovar o texto modificado já em plenário para evitar o risco de caducar a MP.
Enquanto outro grupo defendia retardar a votação para tentar reverter o texto e
manter o Coaf no Ministério da Justiça. Mas, no Planalto, avaliação realista é
que será muito difícil virar o jogo em plenário.
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