Ministério das Finanças disse que vai
impor sobretaxas sobre US$ 60 bilhões de produtos norte-americanos a partir de
1 de junho.
Por G1
Guerra comercial entre os EUA e a China pode ser o início de uma mudança
de tendência no comércio global — Foto: 127071/Creative Commons.
A China anunciou nesta segunda-feira (13) que planeja impor tarifas
sobre US$ 60 bilhões em produtos dos Estados Unidos, depois que os EUA
intensificaram a guerra comercial com uma elevação das tarifas em vigor sobre
US$ 200 bilhões em produtos chineses.
O Ministério das Finanças da China informou que vai elevar as tarifas
sobre um total de 5.140 produtos norte-americanos a partir de 1 de junho,
segundo a agência Reuters.
A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo se
intensificou na sexta-feira com os Estados Unidos elevando as tarifas, de 10% para 25%, sobre US$ 200
bilhões em produtos chineses, depois que o presidente Donald
Trump disse que Pequim "quebrou o acordo" ao voltar atrás em
compromissos anteriores feitos durante meses de negociações.
Trump também ordenou que o represente de Comércio dos EUA, Robert
Lighthizer, comece a impor tarifas sobre todas as importações restantes da
China, medida que vai afetar cerca de outros US$ 300 bilhões em produtos.
Antes do anúncio de Pequim desta segunda, Trump havia aconselhado a
China a não fazer retaliações, considerando que uma escalada da guerra comercial entre Pequim e Washington
"só piorará as coisas".
"A China se aproveitou dos Estados Unidos por tantos anos que está
muito à frente (nossos presidentes não fizeram o trabalho.) Portanto, a China
não deve retaliar, isso só vai piorar as coisas!", tuitou o presidente.
Mais cedo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng
Shuang, disse em entrevista à imprensa que a China nunca vai se render a pressões externa.
"Dissemos muitas vezes que acrescentar tarifas não vai resolver qualquer
problema. A China nunca vai se render à pressão externa. Temos a confiança e a
capacidade de proteger nossos direitos legítimos e legais", afirmou..
Guerra
comercial: termina sem acordo negociação entre EUA e China
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Guerra comercial: termina sem acordo negociação entre EUA e China
Reação dos mercados
A elevação da tensão comercial entre os dois países reverberaram através
dos mercados financeiros globais. As principais bolsas do mundo operam em queda
nesta segunda.
"Cada aumento nas tarifas é um entrave para a economia global e se
arrastar a economia para baixo, vai arrastar os ganhos para baixo, então as
acções vão reagir a isso", disse Art Hogan, estratega-chefe de mercado da
National Securities em Nova York.
Com a disputa comercial a estender-se, os investidores esperam que as
tarifas aumentem os custos corporativos, diminuam as margens de lucro e
dificultem a capacidade das empresas de planear ou fazer despesas de capital.
Guerra comercial
Há anos, os EUA reclamam que a China gera ao país um considerável
déficit comercial (que é a diferença do volume exportado entre os dois países).
Trump alega que o país asiático rouba propriedade intelectual, especialmente no
setor de tecnologia, além de violar segredos comerciais das empresas
americanas, gerando uma concorrência desleal com o resto do mundo.
Por isso, o combate aos produtos "made in China" é uma
bandeira de campanha de Trump que recebeu o apoio de vários países.
A meta do governo Trump era reduzir em pelo menos US$ 100 bilhões o
rombo com a China. Só que há controvérsia até no cálculo do tamanho buraco: nas
contas de Trump, é de US$ 500 bilhões; nas da China, é de US$ 275,8 bilhões;
dados oficiais dos EUA, apontam ser de US$ 375 bilhões ao ano.
Washington apela a uma redução de seu enorme déficit comercial com a
China, "mudanças estruturais" como o fim da transferência de
tecnologia forçada, proteção da propriedade intelectual nos EUA e os subsídios
chineses para empresas estatais.
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