No mês de julho começam a valer
as novas regras anunciadas em abril para o cheque especial. O objetivo com a
medida definida pelos próprios bancos é reduzir o índice de inadimplência nessa
modalidade e, assim, conseguir uma redução nos juros.
Entre o que
foi estabelecido pelas novas regras, os bancos deverão avisar automaticamente
quando o cliente utilizar o cheque especial e ficar negativado na conta
corrente. Como uma das novas ações para promover a orientação financeira, esse
alerta informará sobre a contratação do produto e reforçará que ele deve ser
usado apenas em situações emergenciais.
Já para os
clientes que usarem mais de 15% do limite da conta ao longo de um mês, o banco
entrará em contato para oferecer espontaneamente alternativas de crédito mais
baratas, a fim de possibilitar o financiamento da dívida. Caso o consumidor não
aceite a oferta fornecida e permaneça utilizando o produto, a instituição
financeira voltará a fazer a mesma proposta 30 dias depois.
Alternativas
ao cheque especial também deverão ser disponibilizadas aos seus usuários a
qualquer momento e independentemente do valor utilizado. Basta que os clientes
entrem em contato com o banco e perguntem sobre opções mais vantajosas para o
pagamento do saldo devedor.
Esse conjunto
de novas regras pretende diminuir o número de inadimplentes nessa modalidade de
crédito e, assim, conseguir reduzir os juros - que atingiram média de 321% ao
ano em abril. Ele traz, porém, o risco de que o cliente opte pelo financiamento
da dívida do cheque especial, mas, no mês seguinte, retorne para a modalidade
inicial de crédito. Se isso acontecer, ele deixará de ter uma única dívida para
trocá-la por duas e, talvez, futuramente, por mais. Por isso, alguns
especialistas e planejadores financeiros temem que a alteração das normas eleve
o índice de superendividamento, situação em que mais de 50% da renda está
comprometida com débitos.
“As mudanças
tendem a diminuir o valor pago em juros, mas isso não significa que a
modalidade seja indicada quando a pessoa precisa de dinheiro”, alerta o CEO do
aplicativo de finanças GuiaBolso, Thiago Alvarez. Para casos emergenciais, um
empréstimo consignado ou online podem oferecer taxas de juros muito mais
atrativas para o consumidor.
O crédito
consignado oferece, em média, uma taxa de juros de 2% ao mês, mas não é
oferecido a todas as pessoas. Empréstimos online possuem taxas que começam em
1,9% ao mês. “O segredo é pesquisar e comparar o custo efetivo total (CET),
quanto de fato a pessoa irá pagar, e não só a taxa de juros”, recomenda
Alvarez.
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