Segundo o Tesouro Nacional, aumento foi provocado
pelas despesas com juros, que somaram R$ 38 bilhões no mês passado.
Por
Alexandro Martello, G1, Brasília
A dívida pública
federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no
exterior, cresceu 1,01% em junho, para R$ 3,754 trilhões, informou a Secretaria
do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (25). Em maio, a dívida somava R$ 3,716
trilhões.
O aumento da
dívida pública em junho ocorreu unicamente por conta das despesas com juros da
dívida pública, que somaram R$ 38,04 bilhões.
No mês passado,
o resgate de papéis da dívida (retirada de títulos públicos do mercado) superou
a emissão de novos títulos pelo governo em R$ 410 milhões, gerando queda na
dívida na mesma proporção.
Entretanto, as
despesas do governo com o pagamento de juros aos investidores que compram os
papéis da dívida superaram os R$ 410 milhões da diferença entre resgate e
emissões de títulos. Por isso a dívida cresceu.
A dívida pública
é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do
governo federal, ou seja, pagar por despesas que ficam acima da arrecadação com
impostos e tributos.
Em todo ano
passado, a dívida pública teve aumento de 14,3%, segundo números oficiais.
A
expectativa da Secretaria do Tesouro Nacional é de uma nova alta em 2018,
podendo chegar a quase R$ 4 trilhões no fim do ano.
Dívidas interna e externa
Quando os
pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de
interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar,
normalmente), é classificada como externa.
·
Dívida
interna: foi
registrada uma alta de 0,94% em junho, para R$ 3,607 trilhões, contra R$ 3,573
trilhões em maio. Neste caso, o aumento foi de R$ 34 bilhões.
·
Dívida
externa: resultado
da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de
contratos firmados no passado, contabilizou uma alta de 2,67% no em junho, para
R$ 146,79 bilhões. O aumento da dívida externa foi de R$ 3,82 bilhões.
Compradores
Os números do
Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores
estrangeiros na dívida pública interna registrou queda em junho.
No mês passado,
os não residentes detinham 11,93% da dívida total, o equivalente a R$ 430
bilhões, contra 11,96% do total da dívida interna em maio.
Com isso, os
estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida
pública interna, atrás de:
·
fundos de
investimento (R$ 957 bilhões, ou 26,53% do total);
·
fundos de
previdência (R$ 900 bilhões ou 24,97% do total);
·
instituições
financeiras (22,58% do total, ou R$ 814 bilhões).
Perfil da dívida
Em junho deste
ano, o percentual de papéis prefixados totalizou 35,38%, ou R$ 1,276 trilhão,
contra 35,75%, ou R$ 1,277 trilhão, em maio. Os números foram calculados após a
contabilização dos contratos de "swap cambial".
Os títulos
atrelados à taxa Selic (pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação
diminuída em junho. Em maio, representavam 30,13% do total (R$ 1,076 trilhão),
recuando para 26,50%, ou R$ 955 bilhões, em junho deste ano.
A parcela da
dívida atrelada aos índices de preços (inflação), que estava em 30,49% em maio,
o equivalente a R$ 1,089 trilhão, passou para para 30,47% do total, ou R$ 1,099
trilhão, em junho deste ano.
Já os ativos
indexados à variação da taxa de câmbio, que somaram 3,62% do total em maio, ou
R$ 129,47 bilhões, subiram para 7,65% do total em junho, equivalentes a R$
275,87 bilhões, no mês passado. Essa é a participação mais alta desde maio de
2016, quando estava em 8,67% do total.
A dívida em
dólar teve aumento nos últimos meses por conta da emissão de contratos de
"swap cambial" - que equivalem à venda de dólar no mercado futuro -
pelo Banco Central para fornecer proteção ao mercado e conter uma disparada da
moeda norte-americana.
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