O TSE marcou para esta quinta-feira, em São Paulo, o depoimento do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na ação Dilma-Temer.
O depoimento de Mantega é um desejo antigo da defesa petista, que alinhou a estratégia da defesa da ex-presidente com a do ex-ministro da Fazenda para o depoimento nesta quinta.
Diferentemente do casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura, o depoimento de Mantega faz parte da estratégia do PT de produção de "contraprovas" no processo.
O PT quer que ele contradiga os depoimentos de Odebrecht sobre caixa dois na campanha de 2014.
Segundo a Odebrecht , Mantega, a pedido de Dilma, seria um dos responsáveis pela arrecadação em 2014, além de interlocutor para pagamentos ilícitos da construtura ao PT.
Marcelo Odebrecht contou que, numa conversa em 2014, Guido Mantega se referiu à presidente Dilma em um pedido. Segundo o empresário, Mantega teria dito: “Marcelo, a orientação dela agora é que todos os recursos de vocês vão para a campanha dela. Você não vai mais doar para o PT, você só vai doar para a campanha dela, basicamente as necessidades da campanha dela: João Santana, Edinho Silva, e esses partidos da coligação”.
Sobre Mantega, o Ministério Público Eleitoral disse em sua manifestação final ao TSE que os depoimentos da Odebrecht também "deixaram claro que Guido Mantega tinha plena consciência dos ilícitos eleitorais perpetrados pela Odebrecht em favor da campanha dos representados" e que foi dele a determinação, "originalmente dada pela representada", para que Marcelo "canalizasse seus recursos financeiros, a partir de maio de 2014, apenas à campanha dos representados
Já para as defesas do PT e do PMDB, Santana e Monica confirmarão os depoimentos da Odebrecht, complicando a situação do PT e de Dilma.
PMDB
O Palácio do Planalto, por sua vez, acredita que o julgamento, se acontecer no segundo semestre, pode ser favorável ao presidente. Por dois motivos: a nova composição da corte e o reforço de provas sobre caixa dois para o PT.
A principal estratégia do governo é convencer os ministros do TSE da tese da separação da chapa.
Com os novos depoimentos dos marqueteiros, sem data ainda, auxiliares de Temer acreditam que a "culpa do PT" ficará mais acentuada, e vão trabalhar para dividir a chapa e "liquidar o assunto" no TSE.
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