Republicano ganhou em locais onde era difícil prever os resultados.
Ele conquistou três estados indecisos e cinco dos dez 'swing states'.
Uma série de vitórias inesperadas garantiu a Donald Trump a eleição deste ano. Ele conquistou, por exemplo, os três estados onde as pesquisas mostravam maior indefinição e cinco dos “swing states”, aqueles que não têm tradição histórica de pender para nenhum dos partidos.
Mas a demora na definição de alguns estados, onde os números ficaram muito próximos até o fim da apuração, fez com que a primeiras projeção sobre sua vitória tenha saído apenas às 5h32, muito mais tarde do que nas eleições anteriores. Em 2012, por exemplo, o resultado já era conhecido antes das 2h30 da quarta.
Entre os estados considerados decisivos para o resultado, Trump conquistou a Flórida, onde Hillary chegou a liderar por uma pequena margem durante grande parte da apuração e onde Obama ganhou em suas duas eleições.
Segundo análise do “The New York Times”, o número de votos de eleitores brancos e com maior renda foi suficiente para que ele abrisse uma margem capaz de compensar o eleitorado latino do estado, que em sua grande maioria votou em Hillary.
Trump venceu ainda em estados como Wisconsin e Pensilvânia, que também tinham pesquisas equilibradas, e Ohio, onde tinha uma margem muito pequena de vantagem e corria o risco de sofrer uma virada.
Ao vencer Wisconsin, Trump somou 276 votos no colégio eleitoral, seis a mais do que o necessário para ser declarado vencedor. Nem mesmo o fato de ganhar no estado mais representativo, levando os 55 delegados da Califórnia, foi suficiente para que Hillary o alcançasse.
Ainda segundo análise do NYT, a derrota de Hillary pode ser em grande parte explicada por sua incapacidade de abrir uma margem confortável no sudeste do país. A disputa adquiriu então um peso maior em regiões onde Trump era mais forte, como os estados conservadores do Sul e do Meio-Oeste.
Além disso, sua ampla vantagem nos votos antecipados em diversos estados pode ter criado uma falsa impressão de que isso se repetiria na votação de 8 de novembro.
Pesquisas
Apesar de sofrer uma queda na última semana de campanha, principalmente após a revelação de que o FBI estava analisando mais de seus e-mails, Hillary ainda chegou à eleição como favorita, tendo uma média de 4 pontos de vantagem nas principais pesquisas.
Na segunda-feira, o site Real Clear Politics listava oito pesquisas em que os eleitores não consideraram outros candidatos além de Hillary e Trump e o republicano aparecia na frente em apenas uma, do LA Times/USC Tracking. Nas outras sete, a democrata liderava por uma margem que ia de 1 ponto (IBD/TIPP Tracking) a 7 pontos (NBC News/SM).
O site Huffington Post calculou a média entre 375 pesquisas de 43 fontes e atribuiu, também na véspera da votação, 47,5% para a democrata e 42,3% ao republicano.
Além disso, uma pesquisa Reuters/Ipsos projetou que ela tinha 90% de chances de vencer, e o “New York Times” anunciou que a taxa era de 84%. Um dos sites que davam maiores chances a Trump era o FiveThirtyEight, com apenas 27%.
Mas esses números passaram a mudar assim que alguns estados encerraram suas votações e os primeiros resultados começaram a ser anunciados.
Por volta das 23h30 (horário de Brasília), Hillary Clinton publicou no Twitter uma foto na qual abraça uma jovem, com a mensagem: "Essa equipe tem muito do que se orgulhar. Independentemente do que acontecer nesta noite, obrigada por tudo".
Às 0h30, o NYT passou a apontar uma virada, atribuindo a Trump 55% de chances de vitória. A partir desse horário a porcentagem foi aumentando, até estabilizar em “mais de 95%”.
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