Helyson Lucas criou uma polpa de frutas que previne e combate a gripe.
Estudante ganhou prêmio internacional pela ideia e pretende comercializar.
Um estudante cearense juntou conhecimento popular e científico para desenvolver o projeto de um antiviral à base de frutas que ganhou medalha de bronze em uma feira nos Estados Unidos. Helyson Lucas Bezerra, de 19 anos, misturou extrato de acerola, de goiaba e de caju com óleo de romã e criou uma polpa rica em vitamina C. Ele diz que seus testes comprovaram que ele ajuda na prevenção e no tratamento da gripe.
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O projeto batizado de “Ação sinergética de antiviral natural” começou a ser desenvolvido em 2013 por iniciativa do estudante.
“A gripe atinge bastante toda a minha escola e a minha cidade, sem ter bons medicamentos que pudessem combatê-la de forma eficaz e barata”, conta Helyson, que faz o curso técnico em meio ambiente do Instituto Federal do Ceará (IFCE), em Limoeiro do Norte.
Helyson diz que o antiviral criado com a polpa das frutas é capaz de reduzir os sintomas da gripeem pouco tempo, aumentar os leucócitos (glóbulos brancos) no sangue e destruir o vírus de forma mais rápida. Segundo o estudante, quem tomar seu composto “tem uma chance maior de recuperação [da gripe] em relação a outros medicamentos”.
A ideia da combinação de frutas veio da população local. Ele aplicou um questionário como parte da pesquisa. O estudante tirou a fórmula para o composto a partir das frutas mais comuns que as pessoas afirmaram usar para combater os sintomas da gripe.
“Pensei em juntar todas, procurar por novas substâncias e vi que elas trabalham melhor juntas do que separadas, que era como a população usava”, comenta Helyson.
Métodos
Com a polpa feita, Helyson recorreu à comunidade novamente para testar sua criação. Ele elaborou três análises diferentes: uma com pessoas que só utilizavam acerola, goiaba e caju para combater os sintomas da gripe, outra com quem apenas fazia gargarejo com as sementes de romã e uma terceira com pessoas que usavam a combinação dos dois métodos.
“Depois dessas entrevistas, constatei que quem utilizava as frutas com a semente da romã tinha uma resposta superior [do que a dos outros dois métodos]”.
Prêmio nos EUA
Com o projeto do antiviral, Helyson ganhou em maio a medalha de bronze na competição de ciência Intel ISEF, na categoria biomedicina e ciência da saúde, em Pittsburg, nos Estados Unidos. A próxima feira que o estudante vai participar é a Genius Olympiad, em Nova York, em julho de 2016.
Os resultados positivos da pesquisa fazem Helyson pensar em comercializar seu composto como alimento, na forma de polpa, ou em forma de medicamento, isolando as substâncias benéficas contra a gripe de cada fruta. Mas, antes, é preciso patentear a ideia. “Como ela já é bastante utilizada de forma autônoma, pretendo divulgar mais e o próximo passo é conseguir mais apoio para a patente”, afirma.
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