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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

POLÍTICA: INTERESSE DE TODOS E DE CADA UM.


Michel Adler
Advogado Publicista e Consultor Jurídico Municipal
 “O Maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam” (Arnold Toynbee).

            O termo Política, em qualquer forma utilizada, na linguagem cotidiana ou na linguagem de especialistas e profissionais, se refere ao exercício de alguma forma de poder e, de forma natural, às diversas consequências do exercício deste.
            Entretanto, não se pode definir a Política apenas como uma coisa relacionada ao poder. Até porque não é uma tarefa das mais fáceis definir o que seja “poder”.
            O ilustre escritor, jornalista, bacharel em Direito e mestre em Ciência Política, o baiano João Ubaldo Ribeiro, em seu livro “Política – Quem manda, por que manda, como manda”, afirma com propriedade que a política deve ser entendida como um processo através do qual interesses são transformados em objetivos e os objetivos são conduzidos à formulação e tomada de decisões efetivas. Neste contexto a política passa ser o estudo e a prática da canalização de interesses com a finalidade de construir decisões, segundo João Ubaldo.
            Há quem entenda que a Política é uma arte, há quem diga que é uma ciência, há também os que a tem como profissão. Enfim, a presença dela em nossa existência desafia qualquer tentativa de enumeração ou de conceito, uma vez que tudo pode ser analisado sob um ponto de vista político em nossa vida, desde as decisões internas em nossas casas, aquelas que são tomadas diariamente por nós, acerca do que vamos comprar, de qual escola iremos matricular nossos filhos, se vamos trocar o carro no final do ano, até as decisões que são tomadas pelos agentes políticos investidos em mandatos eletivos nos representando nas casas legislativas, bem como os membros do poder judiciário e do poder executivo.
            Mais uma vez João Ubaldo Ribeiro, tem razão quando diz: “É impossível que fujamos da Política. É possível, obviamente, que desliguemos a televisão, se nos aparecer algum político dizendo algo que não estamos interessados em ouvir. Isto, porém, não nos torna ‘apolíticos’, como tanta gente gosta de falar. Torna-nos, sim, indiferentes e, em última análise, ajuda a que o homem que está na televisão consiga o que quer, já que não nos opomos a ele.”
            Tem-se com isso que, queiramos ou não, todos nós estamos imersos no processo político, que passam por todas nossas atitudes e maneira de agir, até porque tanto a educação doméstica quanto a educação pública também é uma formação política. É um processo político que vai definir as possibilidades de você, por exemplo, fazer um pé-de-meia, uma poupança ou decidir por outro tipo de investimento. É um processo político que vai definir as ações efetivas para a educação, saúde, infra-estrutura e etc. Se o processo político resulta na falta de oportunidade para nós, por exemplo, de educação, é obvio que isso nos prejudica e por consequência pode beneficiar e privilegiar outras classes.
            Portanto, quando se pensa em cuidar apenas “cada um de sua vida”, dizendo que é “apolítico”, na realidade está é concordando com o modelo político que está em vigor.
            Segundo o intelectual baiano já citado acima, quando alguém diz, como é frequente lermos em entrevistas aos jornais, que “está em outra” e que “não liga para a política”, está, naturalmente, exercendo um direito que lhe é facultado pelo sistema político em que vive. Ou seja, em ultima analise, está sendo um político conservador, não vê necessidade de mudanças. Então não é apolítico, palavra que indica “ausência de política”. No Maximo, falta-lhe a consciência de seu significado e papel político, conclui João Ubaldo, uma vez que, para ele, e eu me concordo, o “apolítico” não existe, é só uma maneira de falar, por assim dizer.
            Gostando ou não, a política está em toda parte do convívio social e precisamos, urgente ter consciência disso para aprendermos a lidar com ela e saber fazer melhor cada escolha de nossa vida sócio-política.
           

Michel Adler
Advogado Publicista e Consultor Jurídico Municipal
micheladler28@hotmail.com

Um comentário:

  1. Parabéns Dr. Adler, é de fato que a maioria dos cidadões brasileiros não tenham a consciência da importância do seu papel POLITICO, não só o de execer o processo eletivo do poder executivo e Legislativo, mas também no auxilio ao Estado nas funções que a este são delegadas.

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