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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Tiro com arco: regras, menino prodígio do Brasil e a mira no pódio inédito

Esperança brasileira de medalha, Marcus D’Almeida terá difícil tarefa de quebrar hegemonia sul-coreana. Competição começa nesta sexta-feira, no Sambódromo


Por 
Rio de Janeiro
Evento-teste tiro com arco Rio Sambódromo (Foto: EFE)Sai o samba e entra o tiro com arco: disputa começa nesta sexta-feira no Sambódromo (Foto: EFE)

Do cenário medieval à passarela da Marquês de Sapucaí. O que já foi símbolo de caça e guerra agora é modalidade olímpica. A partir de 9h desta sexta-feira - e até o dia 12 de agosto - o Sambódromo vai ser palco do tiro com arco, esporte que levará toda sua plasticidade e precisão para o palco do carnaval carioca. São 128 atletas de 56 países. O Brasil está na briga pela primeira medalha olímpica na modalidade. Seis representantes brasileiros vão entrar na corrida pelo pódio. Do lado masculino, Marcus Vinicius D'Almeida, Bernardo Oliveira e Daniel Xavier; Marina Canetta Gobbi, Anne Marcelle e Sarah Nikiitin são as representantes femininas. Marcelo Costa e Michelle Terada são reservas da equipe. No tiro com arco, os brasileiros nunca passaram da primeira fase de uma Olimpíada. 
PRODÍGIO
Marcus Vinícius D´Almeida na etapa da Copa do Mundo de tiro com arco em Medellín (Foto:  Divulgação/World Archery)Marcus Vinícius mira medalha (Foto:Divulgação/World Archery)
A grande esperança de medalha para o Brasil está nas mãos e na pontaria do caçula da turma: Marcus Vinicius D'Almeida. Com apenas 18 anos, o arqueiro lidera o time nacional e é a aposta para o pódio. O menino prodígio conseguiu se colocar no mais alto patamar do esporte, tendo conquistados títulos inéditos para o Brasil, como o ouro no Mundial da Juventude no ano passado e Sul-Americano. 
OUTROS BRASILEIROS
Daniel Xavier, tiro com arco (Foto: Reprodução/Facebook)Daniel Xavier é pentacampeão brasileiro (Foto: Reprodução/Facebook)
Daniel Xavier -33 anos, Minas Gerais
Conquistas: pentacampeão brasileiro (2000, 2002, 2008, 2010 e 2011), bronze (equipe) nos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015, ouro (equipe) nos Jogos Sul-Americanos Brasil 2002 e Santiago 2014.
Bernardo de Sousa Oliveira - 23 anos, Distrito Federal
Conquistas: bronze (equipe) nos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015, bronze (individual) nos Jogos Sul-Americanos Medellín 2010. 
Marina Gobbi - 27 anos, São Paulo
Conquistas: prata (equipe) nos Jogos Sul-Americanos Santiago 2014; bicampeã (individual) brasileira (2013 e 2015); campeã (equipe e individual) no Aberto da Guatemala (2016).
Sarah Nikitin - 27 anos, São Paulo 
Conquistas: campeã sul-americana (2012), tricampeã brasileira (2009, 2011 e 2012), ouro (dupla mista), prata (equipe) e bronze (individual) nos Jogos Sul-Americanos Santiago 2014.
Anne Marcelle - 22 anos, Rio de Janeiro. 
Conquistas: campeã (individual e equipe) pan-americana (2014) e vice-campeã brasileira (2014).
Anne Marcelle tiro com arco especial (Foto: Márcio Mará)Anne Marcelle descansa durante treinos: a partir desta sexta, começa para ela a competição (Foto: Márcio Mará)



SUPREMACIA COREANA
Quem domina a modalidade em Jogos Olímpicos são os sul-coreanos. Os asiáticos têm conquistado tudo nas últimas oito edições das Olimpíadas, isso nas duas categorias: masculino e feminino. Em Pequim 2008 e Londres 2012, os arqueiros estiveram no pódio em provas individuais e por equipe. Atualmente, quem lidera o ranking mundial são dois sul-coreanos: Kim Woojin e Choi Misun. A dupla promete dar muito trabalho para a equipe dona da casa. Desde os Jogos de 1984, a Coreia do Sul conquistou 16 das 26 medalhas de ouro no esporte.
O QUE É, COMO É DISPUTADO?
Atletas em ação no Sambódromo do Rio de Janeiro (Foto: World Archery)
Atletas em ação no Sambódromo 
(Foto: World Archery)
Na Rio 2016, os arqueiros vão disputar as categorias individual e por equipe, no masculino e  feminino. As chaves por equipes terão 12 times masculinos e outros 12 femininos. Na competição olímpica, apenas a modalidade do arco recurvo é disputada.
Nesta sexta-feira, os atletas passam pela prova de ranqueamento; o masculino compete às 9h, enquanto as meninas se enfrentam a partir das 13h. Essa etapa é determinante, pois vai definir quem enfrenta quem nas fases seguintes. No dia 6 já tem briga por medalha entre as equipes masculinas; as mulheres disputam pódio por equipe no dia 7.
Antes dos Jogos, a Federação Internacional de Tiro com Arco definiu que os confrontos entre as equipes será definido do mesmo modo que os eventos individuais, em sistema de sets, ao invés de ser pelo acúmulo de pontos, como acontecia. Os melhores avançam para as quartas de final, depois, para as semifinais e, finalmente, para a grande final por equipe, que vai ser disputada no próprio dia 6. Nesse dia sai também a briga pelo bronze. 
Na Olimpíada, cada atleta vai disparar 72 flechas. Os que tiverem o melhor resultado avançam de fase. Na etapa inicial, os arqueiros serão classificados de 1 a 64, de acordo com o total de pontos acumulados. Um cruzamento vai ser formado, levando em conta a colocação de cada atleta. Assim serão definidos os confrontos um contra um. O melhor colocado no round inicial enfrenta o de pior pontuação, o segundo enfrenta o 63º e assim por diante. A partir do dia 6 de agosto a competição é eliminatória.

Lembrando que o alvo ficará a 70 metros de distância. A pontuação no alvo vai de 1 a 10, de acordo com a proximidade do círculo central. Quanto mais próxima a circunferência do centro, maior o número de pontos. Para conquistar a medalha de ouro, o arqueiro deve vencer seis fases (round de 64, round de 32, oitavas de final, quartas de final, semifinal e final). Os dois arqueiros eliminados nas semifinais disputam o bronze.
PODER FEMININO
Depois de conquistar o ouro na Paralimpíada de Londres 2012, a iraniana Zahra Nemati, que é cadeirante, vai competir com atletas sem deficiência na Olimpíada do Rio. A arqueira foi a primeira mulher do seu país a conquistar uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos ou Paralímpicos. Na cerimônia de abertura dos Jogos, Zahra carregará a bandeira do Irã no Maracanã. 

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