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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Base aliada quer votar cassação de Cunha após impeachment, diz Maia

Presidente da Câmara disse que anunciará data da votação nesta quarta.

Oposicionistas querem que processo de Cunha seja concluído em agosto.

Gustavo GarciaDo G1, em Brasília
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fala sobre as pressões em torno do processo de cassação de Eduardo Cunha (Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fala sobre as pressões em torno do processo de cassação de Eduardo Cunha (Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (10) que a base de apoio ao presidente em exercício Michel Temer quer votar a cassação do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) somente depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Ele ressaltou, entretanto, que há pressão de oposicionistas para que a votação aconteça antes do julgamento final da petista, que deve ocorrer no final deste mês.
Em entrevista coletiva na Câmara, Maia disse que vai anunciar ainda nesta quarta-feira a data em que colocará em votação no plenário da Casa o relatório do Conselho de Ética que recomenda que Cunha perca o mandato de deputado federal. O deputado do DEM, no entanto, ressaltou que ainda falta ouvir alguns líderes.
“Vou definir hoje [a data]. Vamos esperar a parte da tarde. Tudo é legítimo. A oposição quer votar amanhã, como exemplo. A base do governo quer votar [a cassação de Cunha] depois do impeachment. Do ponto de vista político, tudo é legítimo”, disse o parlamentar.
Procurada pelo G1 para comentar a declaração de Rodrigo Maia, a Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto informou que o governo "respeita a independência dos poderes e não se manifesta sobre o assunto".
G1 também tentou contato com o líder do governo na Câmara, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido resposta.
O presidente da Câmara também destacou que vai escolher uma data para o plenário analisar o processo de quebra de decoro dentro do prazo médio que outros processos de cassação levaram para sair das comissões para o plenário.
“Não haverá nenhuma decisão que saia da curva histórica dos processos de votação de cassação desta Casa [...] Dentro da média histórica dos prazos dos processos que vieram a plenário, eu vou respeitar tudo, e assim será feito”, enfatizou.
“Não vou sair da média para estar beneficiando, nem vou antecipar para estar prejudicando, eu disse isso desde que fui eleito. A média histórica são quatro ou cinco semanas, é o que tem acontecido nos últimos 13 processos”, complementou Maia.
Eleições municipais
O presidente da Câmara disse que é “fundamental”, em termos de quórum, que o processo de cassação de Eduardo Cunha seja concluído antes das eleições municipais de outubro.
“Eu acho que antes da eleição eu garanto mais quórum do que depois da eleição. Antes da eleição, todos os deputados vão para as urnas tendo que responder como votaram na cassação de Cunha”, ponderou o presidente da Câmara.

Protesto da oposição
Nesta terça (9), deputados do PSOL, do PT e da Rede fizeram um ato na Câmara para pedir a votação do processo de cassação de Cunha. Com um cartaz, os parlamentares lembraram que nesta terça completou 300 dias desde que o caso do peemedebista chegou ao Conselho de Ética.
Os parlamentares oposicionista também cobraram uma data para a conclusão do processo. Mais tarde, repetiram o protesto no plenário.
O parecer aprovado no Conselho de Ética e a decisão da Comissão de Constituição e Justiça que rejeitou o recurso do ex-presidente da Câmara foram lidos na última segunda-feira (8) no plenário da casa.
No dia seguinte, as decisões foram publicadas no Diário Oficial da Câmara, habilitando o processo de Cunha a entrar na pauta da Casa em até duas sessões. Ao final deste prazo, o processo passa a ter preferência na fila de votações

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