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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Abertura é o maior desafio de segurança e mobilidade dos Jogos

Cerimônia terá 45 chefes de Estado saindo do Itamaraty para o Maracanã.

Michel Temer, François Hollande e John Kerry estão entre os convidados.

Henrique Coelho
Do G1 Rio
O Rio tem nesta sexta-feira (5) o maior desafio de segurança e mobilidade na Olimpíada: transportar os 45 chefes de Estado do antigo Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio, e levá-los ao estádio do Maracanã, onde às 20h está prevista para começar a cerimônia de abertura da 31ª edição dos Jogos Olímpicos - a primeira da história na América do Sul.
Um forte esquema de segurança foi montado para a solenidade de abertura, para garantir a segurança de autoridades como o presidente francês, François Hollande, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o presidente em exercício do Brasil, Michel Temer.
A cerimônia de abertura deve receber 80 mil pessoas - sendo mais de 11 mil atletas - no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã.
Nesta sexta e nos próximos 16 dias do evento, o Centro Integrado de Comando e Controle Regional, no Centro, servirá como coração da segurança da Rio 2016.
“Existem algumas peculiaridades que foram trabalhadas para se minimizar o risco. Uma dessas é a chegada em conjunto das autoridades”, afirma o subsecretário de comando e controle, Edval Novaes. O número de agentes de segurança envolvido para a cerimônia é mantido sob sigilo.
Ameaças de terrorismo
A ameaça de terrorismo é apenas uma das dificuldades consideradas para garantir a segurança dos Jogos. Os recentes atentados em diversas partes do mundo, como em Nice, Istambul e Frankfurt, deixaram os setores de segurança ainda mais atentos.

As recentes prisões de suspeitos de terrorismo foram levadas em conta, mas o alerta no Centro Integrado de Comando e Controle continua no nível amarelo, o segundo em uma escala de quatro níveis, que ainda possui as cores laranja e vermelho, alerta máximo.
Centro Integrado de Comando e Controle monitora passagem de tocha e níveis de alerta para Olimpíada (Foto: Henrique Coelho/G1)Centro Integrado de Comando e Controle monitora passagem de tocha e níveis de alerta para Olimpíada (Foto: Henrique Coelho/G1)
“O maior problema é a simultaneidade de eventos, campeonatos mundiais com os maiores atletas do mundo, em uma época relativamente conturbada com relação ao terrorismo em vários países do mundo”, explicou.
Desde a última terça-feira, havia pelo menos 3,7 mil câmeras à disposição do Centro Integrado de Comando e Controle. A expectativa é que este número seja até 62% maior no dia da abertura e até o final da Olimpíada, em 21 de agosto. O esquema de alerta total no CICC volta a funcionar entre a última semana de agosto e 18 de setembro, dia do encerramento da Paralimpíada. “Teremos, neste dia, até 6 mil câmeras à disposição, isso sem contar as 1,2 mil viaturas equipadas com câmeras”, afirmou o subsecretário.


A rotina do Centro vem sendo intensa desde a ativação do Centro Regional, em 24 de julho, quando representantes de 21 instituições se instalaram no local. Desde o início de maio, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, trocou a sede da pasta pelo CICC, na Praça Onze, Centro do Rio.

Sete mil ligações por dia
Casos de suspeita de bomba, como o relatado em uma composição do VLT no Santos Dumont, representam apenas uma das 7 mil ligações que são transferidas diariamente para o CICC, através do número 190. "Cerca de 30% delas se transformam em ocorrências, em que a viatura se desloca até o local", explicou.

Segundo ele, em uma época normal, as mochilas passariam despercebidas. "Agora, em função dos jogos e de termos que estar atentos a qualquer coisa que possa gerar um problema maior, o local é cercado, a polícia é chamada e o esquadrão antibombas é acionado para verificar se há uma ameaça ou não", diz ele, que argumenta que até agora, todo o procedimento vem sendo feito de forma correta.


Só no Rio, foram pelo menos seis casos entre os dias 18 de julho e 2 de agosto: no Leblon, noMaracanã, no Méier e na Cidade da Polícia, na Zona Norte, além de Botafogo, na Zona Sul e o VLT na altura do aeroporto Santos Dumont, no Centro. Nenhuma das suspeitas foi confirmada.

Balões de monitoramento
Pelo menos 4 balões de monitoramento serão utilizados para cobrir as principais áreas de competições da Olimpíada: Deodoro, Quinta da Boa Vista, Rio Centro e Jóquei. Três deles (Deodoro, Rio Centro e Jóquei) pertencem à PM, e um à Guarda Municipal.


 Os balões ficam a 230 metros de altura e podem fazer imagens em uma área de até 13 km². "É um tipo de tecnologia muito nova, que será utilizado pela primeira vez para a segurança de uma Olimpíada", afirmou ele.



Efetivo
No total, 21 instituições são responsáveis pela organização da segurança do evento, com custos estimados em R$ 1,5 bilhão entre 2012 e 2016. Oitenta e cinco mil agentes vão participar da segurança dos Jogos, entre 5 de agosto (início das Olimpíadas) e 18 de setembro (fim das Paralimpíadas).

Quarenta e sete mil homens estarão no evento na área de segurança pública, responsável pela segurança de autoridades, segurança viária e de tráfego, policiamento ostensivo nas ruas, defesa civil, segurança das instalações, polícias judiciária e marítima, repressão a crimes cibernéticos, vistorias e contramedidas de explosivos, cooperação policial internacional, serviços de inteligência e enfrentamento ao terrorismo.
No eixo da Defesa, 38 mil agentes estarão responsáveis por ações aeroespaciais, marítimas e fluviais, segurança e defesa cibernética, ações de transporte aéreo logístico, fiscalização de explosivos, proteção de estruturas estratégicas, emprego de forças de contingência e ações aeroportuárias.
Esquema de trânsito
A CET-Rio prepara um esquema de trânsito de mais de 650 pessoas, entre a concessionária e a Guarda Municipal. Trinta e cinco pontos de bloqueio serão utilizados no Maracanã. Treze pontos serão bloqueados em volta do Palácio do Itamaraty, de onde as autoridades vão sair para a cerimônia de abertura.

"É uma operação muito complexa, porque envolve o isolamento das duas áreas. Uma pista da Avenida Presidente Vargas será usada para o deslocamento das autoridades", disse Joaquim Dinis, diretor da CET-Rio. "Essa é a rota principal, e temos duas rotas alternativas caso seja necessário", afirma.
As interdições começaram às 0h de sexta-feira (5), mas a interdição total dos arredores do Maracanã só acontecerão a partir das 12h, com o bloqueio de 23 ruas próximas ao estádio. Em junho, Dinis já havia definido a operação de mobilidade dos Jogos ao G1 como "o maior desafio que a cidade já teve".
Interdições
A partir da 0h desta sexta:
- Radial Oeste, sentido Centro, a partir da São Francisco Xavier;
- Rua Prof. Eurico Rabelo;
- Rua Visconde de Itamarati, entre São Francisco Xavier e Eurico Rabelo;
- Rua Isidro de Figueiredo, entre São Francisco Xavier e Eurico Rabelo;
-Rua Artur Menezes, entre São Francisco Xavier e Eurico Rabelo;
-Rua Conselheiro Olegário, entre São Francisco Xavier e Eurico Rabelo;
-Avenida Maracanã, ambos sentidos, entre Viaduto Oduvaldo Cozzi e Rua São Francisco Xavier;
- Rua Paula Souza, entre Viaduto Oduvaldo Cozzi e Rua São Francisco Xavier;
- Viaduto Oduvaldo Cozzi;
- Av. Prof. Manoel de Abreu, ambos sentidos, no trecho próximo ao Maracanã;
- Rua Radialista Waldir Amaral;
- Rua São Francisco Xavier sentido Meier, entre Radialista Waldir Amaral e Rua Luiz Gama;

A partir das 6h:
- Radial Oeste, sentido Meier, entre Rua Ceará e Rua São Francisco Xavier;
- Viaduto de São Cristóvão;

A partir das 12h (no dia das cerimônias de abertura e encerramento):
- Rua São Francisco Xavier, entre Boulevard 28 de setembro e a Rua Barão de Mesquita, no sentido Centro;
- Rua Dona Zulmira, entre Rua Felipe Camarão e Rua São Francisco Xavier;
- Rua Mata Machado;
- Rua General Herculano Gomes;
- Rua Visconde de Niterói;
- Rua Chaves de Faria;
- Rua Catalão;
- Rua Bartolomeu de Gusmão;
- Rua Maxwell, entre Pereira Nunes e Rua Professor Manoel de Abreu;
- Rua Luiz Gama;
- Rua General Canabarro;
- Av. Prof. Manoel de Abreu, sentido Centro, entre rua Pereira Nunes e Rua São Francisco Xavier;
- Av. Prof. Manoel de Abreu, sentido Vila Isabel, entre as ruas São Francisco Xavier e Felipe Camarão;
- Rua Ibituruna;
- Rua Morais e Silva;
- Rua Lúcio de Mendonça;
- Rua Professor Gabizo, entre Rua Mariz e Barros e Rua General Canabarro;
- Rua Visconde de Cairú;
- Rua Jiquibá;
- Rua Pedro Guedes;
- Rua Senador Furtado, entre Radial Oeste e Rua Pará;
- Rua Sergipe;
- Rua Benevenuto Berna;
- Rua Oto de Alencar

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