Segundo a casa noturna Josephine, jovem gastou R$ 96.
Vídeo pode confirmar se foi o próprio motorista mesmo que pagou a conta.
O horário que a comanda indivual de consumo foi fechada, às 6h, porém, é posterior ao horário do acidente, ocorrido às 5h30. A Polícia Civil espera agora imagens da casa noturna Josephine, no Itaim Bibi, na Zona Sul, para confirmar se foi mesmo Siwek, de 22 anos, quem pagou a conta.
Ao G1, a gerência da casa noturna Josephine, localizada na rua Dr. Mário Ferraz, no Itaim Bibi, confirmou que na comanda individual que marca o consumo do jovem havia as três vodcas e o energético. A comanda foi aberta quando o estudante de psicologia entrou na boate, às 2h14 de domingo, e fechada às 6h pontualmente. O preço final: R$ 96.
O amigo de Siwek que estava com ele no carro na hora do acidente, Diego de Luna Daio, disse em depoimento à polícia que cada um deles bebeu "três ou quatro latinhas de cerveja na festa ", conforme a delegada. Nenhum deles falou em outro tipo de bebida.
(Foto: Arte/G1)
Siwek foi indiciado por tentativa de homicídio e mais três crimes do
Código Brasileiro de Trânsito - embriaguez ao volante, fuga de local de
acidente e inovar artificiosamente no caso de acidente. O estudante está
preso no 2º Distrito Policial e será transferido para um Centro de
Detenção Provisória (CDP) ainda nesta segunda-feira, segundo a
Secretaria de Segurança Pública.Segundo o advogado do motorista, Paulo Naves Testoni, a defesa entrará nesta segunda com um pedido de liberdade para Siwek, mediante fiança ou não. A intenção dos advogados é transformar a prisão em flagrante em uma medida cautelar. O acusado não prestou depoimento. Ele falará apenas em juízo, segundo a defesa.
"O estudante é réu primário, tem residência fixa, trabalha, estuda. Vamos apresentar ao juiz a documentação da faculdade de psicologia, mostrando que ele estava matriculado, frequentava, é uma pessoa correta, para que a Justiça decida se cabe uma fiança ou a prisão com base numa medida cautelar, que pode ser tanto a proibição que ele saía à noite, que ele viaje, ou dirija durante o processo", afirmou Testoni.
Investigações
A Polícia Civil pediu à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a condomínios da região da Avenida Paulista as imagens gravadas por câmeras de segurança que podem ter registrado o atropelamento.
Segundo o delegado Carlos Eduardo Silveira Martins, titular do 5º Distrito Policial, na Aclimação, que assumiu o caso, os investigadores irão percorrer nesta segunda-feira diversos prédios das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio em busca de imagens. A polícia investiga também se o motorista Alex Siwek, de 22 anos, que fugiu do local sem prestar socorro e se entregou à polícia horas depois, recebeu alguma multa por excesso de velocidade no dia do acidente.
Treze testemunhas já foram ouvidas, segundo a delegada. Na noite deste domingo, um corretor de imóveis que afirma ter sido a primeira pessoa a chegar ao local da colisão prestou depoimento. O corretor saiu do Metrô Brigadeiro e testemunhou o acidente. Ele contou à polícia ter visto Siwek em zigue-zague na Avenida Paulista até atropelar o ciclista. O corretor disse que ajudou a socorrer David e que um bombeiro que estava próximo prestou os primeiros socorros e estancou o sangue até a ambulância chegar. Este bombeiro ainda não foi localizado pela polícia, informou a delegada.
Quadro estável
Segundo o Hospital das Clínicas de São Paulo, o quadro de saúde do ciclista David Santos de Souza, era considerado estável nesta manhã. A vítima continuava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por volta das 9h depois de passar por uma cirurgia para suturar o local em que o braço foi amputado. De acordo com o hospital, o jovem estava consciente e respirava sem a ajuda de aparelhos. Ainda não há previsão de quando o ciclista irá para o quarto ou receberá alta hospitalar.
A empregada doméstica Antônia Ferreira dos Santos, de 51 anos, mãe do ciclista, disse que ouviu do filho a afirmação de que ele estava na ciclofaixa quando foi atingido pelo automóvel. No horário em que ocorreu o acidente, a ciclofaixa de lazer ainda estava desativada. A mãe contou que o rapaz, que trabalha como limpador de vidros, saiu de Diadema, na Grande São Paulo, e se dirigia ao trabalho, em um prédio próximo ao Hospital das Clínicas.
O acidente
Na descrição da polícia, o motorista Alex Siwek, de 22 anos, estava dentro de um Honda Fit ao lado de um amigo quando o acidente ocorreu, por volta das 5h30. O ciclista foi atropelado por trás e lançado sobre a frente do veículo. O braço direito do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do pára-brisa e permaneceu preso ao veículo.
O motorista fugiu do local, deixou o amigo em casa e depois foi à Avenida Doutor Ricardo Jafet, de onde lançou o braço amputado da vítima em um córrego. Depois, voltou à própria casa, guardou o carro na garagem e dirigiu-se a pé à unidade policial para se entregar.
Segundo o delegado, testemunhas disseram que o motorista dirigia em velocidade incompatível com o local, em zigue-zague, entrando e saindo da faixa reservada ao tráfego de bicicletas.
Defesa
O advogado de Siwek, Cássio Paoletti, disse que seu cliente não prestou socorro à vítima porque temeu a reação de pessoas que estavam próximas ao local do acidente.
"Segundo ele, ele temia pela conduta dos que estavam ali presentes", disse o advogado, sobre o fato de o motorista não ter prestado socorro à vítima. Questionado sobre o motivo de o jovem ter se desfeito do braço da vítima, ele disse estar chocado e que não entende o motivo.
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