Medição apontou 133,6 milímetros das 19h às 5h desta sexta-feira (23).
Rio Pilões acabou transbordando em Cubatão e desalojou várias pessoas.
O forte temporal que atingiu o litoral de São Paulo durante a madrugada desta sexta-feira (23) deixou ruas e estradas alagadas na região e dificultou o acesso às principais rodovias que seguem no sentido de São Paulo. Moradores encontraram problemas para sair de casa por causa de inundações nos bairros. A entrada de Santos, pela avenida Martins Fontes, via que dá acesso a rodovia Anchieta, no sentido São Paulo, ficou completamente alagada (veja imagens da chuva que atingiu a região).
Segundo a medição da Base Aérea de Santos, das 19h de quinta-feira (22) até às 5h desta sexta-feira, foram registrados 133,6 milímetros de chuva. O número corresponde ao esperado para 20 dias do mês de janeiro. Em Santos, foram registrados pelo menos dez deslizamentos nos morros da cidade. Técnicos da Defesa Civil fizeram vistorias nos morros do José Menino, Santa Terezinha, São Bento, Caneleira e Marapé, que seguem em estado de atenção. Segundo o Corpo de Bombeiros, não há informação sobre pessoas feridas na cidade. Um prédio na rua Visconde de Faria, no bairro Campo Grande, teve a garagem invadida pela água. Pelo menos 10 carros ficaram submersos.
Interdições
O excesso de chuva causou bloqueio nos dois sentidos da avenida Nossa Senhora de Fátima, entre a entrada de Santos e a rua Ana Santos. A avenida Martins Fontes também permanecia alagada por volta das 13h, tanto para quem segue em direção a São Paulo, quanto para quem chega pela via Anchieta, entre Instituto Médico Legal (IML) e parte do bairro do Saboó. Agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foram ao local para organizar o trânsito.
Os pontos de alagamento na cidade também tiveram reflexo na policlínica que atende bairros da Zona Noroeste, como Alemoa, Rádio Clube, Castelo e Areia Branco. A unidade está fechada e as consultas agendadas para esta sexta-feira serão remarcadas, segundo a prefeitura.
Mesmo com a pausa das chuvas após às 7h, a Defesa Civil alertou para que os motoristas evitem passar por pontos como a rua Godofredo Fraga, no morro Santa Terezinha e também na rua São Silvestre, no morro do São Bento. Houve ainda queda de árvore na rua Bolívia e também na avenida Washington Luiz, no Canal 3.
O bairro Pilões, em Cubatão, sofreu novamente com a chuva pela segunda noite seguida. A sirene que alerta para os alagamentos tocou e alguns moradores precisaram se abrigar em uma Igreja. A Prefeitura disponibilizou colchões para cerca de 200 pessoas. Algumas casas ficaram totalmente alagadas com a subida do nível do rio e várias pessoas ficaram desalojadas. Algumas casas chegaram a ficar com mais de 2 metros de água dentro.
Em São Vicente, além do trecho urbano da rodovia Imigrantes, o motorista que tentou passar pela avenida Monteiro Lobato - Linha Vermelha, na manhã desta sexta-feira, no sentido de Santos, precisou retornar. Diversos pontos da via ficaram alagados e somente motos conseguiam passar pelo local. Trechos do Jóquei Clube também apresentaram problemas. Além disso, uma cratera surgiu por conta da chuva na rua Pero Lopes de Souza.
Bairros ilhados
De acordo com a moradora Dilma Santana da Silva, de 33 anos, o Hospital Municipal de São Vicente (Crei) ficou inundado. "Fui levar uma amiga para fazer raio-x e começou a chover muito forte. Tinha água por todo lugar e várias goteiras. Inclusive materiais para descarte misturados no aguaceiro. Fiquei com medo de pegar alguma infecção, pois tive que ficar exposta a tudo isso. Não tinha higiene no local", disse Dilma ao G1.
Ainda em São Vicente, no bairro Vila São Vicente, o auxiliar operacional Ivan da Silva Nóbrega, de 32 anos, não conseguiu ir trabalhar. "Minha rua está completamente alagada. Não tenho a possibilidade de ir trabalhar. Estou completamente ilhado. A água que invadiu a minha casa já saiu, mesmo assim, tive perdas materiais. Perdi móveis e alguns eletrodomésticos. Perdi tudo o que não deu para levantar", afirma.
Já em Santos, no bairro Vila São Jorge, a situação é parecida com a cidade vizinha. "A chuva arrancou os portões do prédio onde moro. Com esse temporal que caiu, não me atrevo a sair. A enchente foi muito grande, poucas vezes vi isso. Fui socorrer a minha filha que estava com o carro ilhado e nem guincho conseguia chegar ao local. Ela acabou perdendo o veículo", afirma a autônoma Zélia Barreto, de 64 anos.
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