Texto
e foto: Ascom Floresta Azul
Saúde
| http://www.upb.org.br/
A Constituição
Federal de 1988 põe a vida como sendo o bem maior dos
direitos fundamentais, preceituando em seu art. 196 que
a saúde é um direito de todos e um dever do Estado.
Entretanto,
é observada atualmente pela sociedade a decadência da saúde pública em todos os
estados brasileiros e o consequente sucateamento do SUS, assistido na mais
completa inércia ao longo dos anos pelos sucessivos governos
brasileiros.
Chegamos
no limite!!
Em
reunião ampliada em Salvador, o COSEMS (Conselho dos Secretários Municipais de
Saúde) emitiu uma nota de esclarecimento, onde convoca os gestores municipais a
ficarem em estado de alerta, devido ao fato de que os municípios não estarão
recebendo os recursos de custeio para nenhum programa em dezembro (além de ter
repasses em atraso), e também por não terem garantia de recursos novos para a
saúde no ano de 2015.
Tais
acontecimentos instalam uma grave crise entre gestores, prestadores,
fornecedores e servidores, além de deixardúvidas sobre o rumo dos Programas de
Saúde que têm custeio tripartite (União, Estado e Município).
SEGUE EM ANEXO NOTA
PUBLICADA NA ÍNTEGRA
O
COSEMS/BA alerta os gestores municipais de saúde quanto à nota publicada no site
do Fundo Nacional de Saúde (http://www.fns.saude.gov.br/indexExterno.jsf) e solicita que
cada um garanta que os Prefeitos estejam atualizados e cientes quanto a
gravidade dos fatos, vez que anuncia a fragmentação do repasse do recurso
referente ao Teto de Média e Alta Complexidade, o qual já se encontra em
atraso.
A
nota não assegura, ainda, o repasse do Piso de Atenção Básica Componente
Variável (PAB-Variável), tampouco a continuidade das obras dos programas de
requalificação de unidades básicas de saúde, em seus componentes (construção,
ampliação e reforma), bem como Academia da Saúde.
Ressaltamos
que o Ministério da Saúde já tomou posição definitiva acerca da questão dos
Agentes Comunitários de Saúde – ACS quanto ao valor do repasse para viabilizar o
cumprimento do piso salarial, onde serão repassados os mesmos valores já
praticados e não há perspectiva de dinheiro novo. Referente aos Agentes de
Combate às Endemias – ACE, estes ficarão sob responsabilidade dos Municípios
quanto ao seu financiamento e pagamento do piso, uma vez que não há recurso novo
no Bloco da Vigilância à Saúde.
Cabe
ainda ressaltar que os recursos de repasse regular e automático fundo a fundo
não terão impacto apenas nos municípios de comando único, mas também naqueles
que encontram-se sob gestão estadual. Destacamos que a Secretaria de Estado da
Saúde da Bahia não tem posicionamento oficial que garanta o repasse deste
recurso federal e a contrapartida estadual para os municípios.
Estes
recursos são destinados ao custeio das ações e serviços ambulatoriais,
hospitalares e de urgência e emergência, em média e alta complexidade e o
pagamento dos demais programas, a exemplo do CAPS, Rede Cegonha, CEO, Cirurgias
Eletivas, RAUE, FAEC.
Vale
salientar que o fato foi dado conhecimento à Diretoria da União de Municípios da
Bahia – UPB, chamando a atenção da possibilidade do Tribunal de Contas dos
municípios – TCM/BA contabilizar os recursos financeiros complementares deste
exercício que serão efetivamente pagos em janeiro, como recurso correspondente a
um novo exercício financeiro ou regime de caixa (adiantamento de receita), o que
repercutirá também em dificuldades para o cômputo do índice da Lei de
Responsabilidade Fiscal – LRF.
Diante
do atual cenário, o COSEMS/BA se sente consternado e preocupado com o tratamento
dispensado ao Setor Saúde por parte das autoridades competentes das demais
esferas de gestão, assim como conclama aos Gestores Municipais para ficarem em
estado de alerta para os possíveis desdobramentos deste cenário, principalmente
na área da urgência/emergência onde no período dos festejos natalinos
normalmente há significativo aumento da demanda, onde diante do exposto, há a
iminência de fechamento destas unidades com risco real de desassistência ora
assistida, ou seja, acompanhada com impossibilidade de resolução.
Por
fim, destacamos o prenúncio de uma crise sem precedentes, entre gestores,
prestadores, fornecedores e servidores, e sobretudo deixando dúvidas sobre o
rumo da continuidade dos Programas de Saúde que têm custeio tripartite.
(Documento construído em Reunião Ampliada do COSEM|BA em
17/12/2014)
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