Por Arnold Coelho Jornalista MTB 6446/BA
Eu não senti essa dor e espero nunca sentir, mas presenciei, vi e vivenciei esse momento. Poucas vezes na minha vida tinha visto tamanha angústia, sofrimento, desespero e dor interior (na alma) sentida por alguém. Foi algo que continua a martelar os meus pensamentos. Os gritos desesperadores de uma mãe, clamando pela volta do filho que saiu e não voltará mais.
Presenciei e senti de perto a dor de uma mãe que perdeu um filho amado, de apenas 21 anos. Uma morte por afogamento e desaparecimento (por 48 horas) do corpo nas escuras águas do Rio Almada. Algo inexplicável, sem respostas e com muitas perguntas que ficarão para sempre na nossa mente e nos muitos corações ‘afogados’ na tristeza.
A dor daquela mãe era tão intensa e profunda que atingia a todos os presentes no cemitério. Parentes e amigos choravam por ela, no instinto natural de ajuda, proteção e compaixão. O choro dos presentes era uma forma de tentar arrancar um pouco daquela imensa dor do peito e da alma daquela mãe que gritava repetidas vezes pelo filho.
Saí do velório do meu sobrinho tão pequeno, incapaz, triste, em silêncio, pensando nas inúmeras formas e possibilidades de mudar o destino e ter um outro final. Um final feliz! Infelizmente, na vida real, o final nem sempre é feliz.
Perguntas e questionamentos continuam a navegar na minha mente como um barco à deriva, sem destino, direção, sem vela e sem leme, nesse mar de incertezas, à procura de respostas para a pergunta: “Por que pais enterram filhos?”.
Descobri ontem (através da minha sobrinha) que enterrar um filho é sentir a MAIOR DOR DO MUNDO.
Arnold Coelho
Em um momento de tristeza
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