Segunda fase da Operação Ross
investiga lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Casa da mãe do senador é um
dos alvos.
Por Fernando Zuba, TV Globo —
Belo Horizonte
00:00/01:39
PF cumpre mandado de busca e apreensão na casa da mãe de Aécio Neves em
MG
A Polícia Federal cumpre três mandados de busca e apreensão em endereços
ligados à família do senador Aécio Neves (PSDB), nesta quinta-feira (20), em
Belo Horizonte. Os locais são a casa da mãe do parlamentar, além de uma empresa
de comunicação, que seria da jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio, e do primo
Frederico Pacheco, além da casa deste. Esta é segunda fase da Operação Ross,
que investiga o recebimento de vantagens indevidas do grupo J&F, entre os
anos de 2014 e 2017.
As buscas desta quinta-feira (20) foram determinadas pelo ministro Marco
Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF). Devem ser recolhidos documentos em
papel e arquivos digitais.
O objetivo, segundo a PF, é coletar elementos que podem indicar lavagem
de dinheiro e corrupção passiva. Às 7h50, agentes descaracterizados deixaram a
casa de Pacheco, na Rua Patagônia, no Sion, na Região Centro de Sul. Por volta
das 9h50, uma viatura chegou à casa da mãe de Aécio, na Rua Pium-í, no
Anchieta, onde já haviam oito policiais desde o início do dia.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), em foto de novembro de 2017 — Foto:
Jefferson Rudy/Agência Senado/Arquivo
No dia 11 deste mês, com o apoio do Ministério Público Federal, foram
cumpridas ordens judiciais
em imóveis do senador e da irmã dele, no Rio de Janeiro e em
Minas Gerais. Atualmente senador, Aécio termina o mandato neste ano e, no
próximo, assume uma vaga na Câmara dos Deputados.
A reportagem tenta contato com os advogados de Aécio, Andrea e da mãe. A
defesa de Pacheco foi contatada e um retorno é aguardado.
A J&F disse que não se manifestar sobre esta fase da operação.
Delação de executivos da J&F
A Operação Ross teve início a partir de delação de executivos da J&F
para apurar denúncias de compra de apoio político. Segundo a PF, Aécio Neves
comprou apoio do partido Solidariedade por R$ 15 milhões, e empresários
paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias.
Outros partidos também teriam sido beneficiados.
Os executivos do grupo J&F relataram ao Ministério Público Federal o
repasse de propina de quase R$ 110 milhões ao senador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário