Cinco pessoas foram em uma operação
para desarticular uma quadrilha especializada em furto de combustível de
oleodutos da Petrobras. O prejuízo com os desvios é estimado em R$ 33,5
milhões. A operação Ouro Negro acontece na manhã desta quinta-feira (16) no
Rio, em São Paulo e em Minas Gerais.
O grupo desviava combustível e
petróleo dos dutos da Transpetro, na Baixada Fluminense, para revenda ilegal.
Segundo a polícia, era usada a técnica da trepanação, que consistia na
instalação de uma derivação clandestina na tubulação perfurada, sem a necessidade
de fechar o abastecimento do produto.
As ligações clandestinas foram
instaladas em vários terrenos em Caxias, Magé, Nova Iguaçu e, até mesmo,
próximo ao Arco Metropolitano. Depois da extração de diesel, gasolina, álcool e
até petróleo cru, tudo era levado para refinarias clandestinas em Minas Gerais e
São Paulo.
A investigação começou em 2015, e a
estimativa é que tenham sido desviados, por ano, 14 milhões de litros de
combustíveis da Petrobras. De acordo com a denúncia, a quadrilha atuou entre
junho de 2015 e março deste ano.
A operação continuava em andamento às
8h20. Ela é feita pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), da
Polícia Civil, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco-MPRJ).
Mandados de prisão
A Justiça expediu 11 mandados de prisão nesses três estados e 26 de busca e apreensão. No Rio de Janeiro, foram presos dois donos de combustíveis, o ex-policial militar Carlos Alberto Ferreira e Jane Pereira. De acordo com as investigações, eles eram proprietários de postos de combustíveis em Caxias e sabiam da origem ilícita do combustível.
O chefe da quadrilha no Rio não foi
encontrado. Denilson Silva Peçanha, conhecido como "Maninho", é
considerado foragido. Além de ser responsável pela perfuração e retirada dos
combustíveis, Maninho também era responsável por garantir o envio do produto
para outros estados, por meio de emissão de notas fiscais fraudulentas.
Outro denunciado, Roniery de Oliveira Alves, era o braço-direito de Maninho e
estabelecia rotas dos caminhos e conduzia os motoristas até os locais de
perfuração. Adenir de Carvalho fornecia os caminhões, e Sularman de Oliveira
era responsável pela atividade da trepanação.
Charles Augusto Ponciano e o já
falecido Maximiliano Calixto Oliveira eram responsáveis pelo arrendamento do
terreno onde ocorriam os furtos e cuidavam da segurança armada do local.
Outros denunciados eram motoristas
que recepcionavam os caminhões nos estados e os dirigiam ao destino final.
Em São Paulo, foram presos Renato
Junior Santos de Oliveira e Renato Tavares de Oliveira, que são pai e filho.
Eles eram donos de uma empresa de transporte que levava o produto roubado para
refinarias clandestinas.
Crimes
Os denunciados são acusados dos crimes de organização criminosa para a prática de furto qualificado de combustível e de petróleo cru.
Alguns integrantes da quadrilha já
respondem por furto qualificado de combustível em processos isolados nas
Comarcas de Magé e Vila Inhomirim. Já Maninho responde por crimes de tentativa
de homicídio e tortura, entre outros, na Comarca de Duque de Caxias.
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