Advogada soube que movimentaram R$ 5 milhões em conta aberta em seu
nome. Ela foi cobrada pela Justiça Eleitoral para 'prestar contas'
Por
G1 São Paulo
Ministério Público
Eleitoral investiga irregularidades em campanha de vereadores em SP
Uma mulher concorreu a uma
vaga na Câmara Municipal de São Paulo pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN)
sem saber que era candidata, informou o Bom Dia São Paulo desta quarta-feira
(4). O Ministério Público Eleitoral suspeita de movimentação irregular de caixa
de campanha.
Em 2008, a advogada Vanda
Maria Duo se candidatou a vereadora, mas perdeu a eleição e desistiu da
política. Em 2012 ela soube que havia se candidatado e se surpreendeu quando o
Tribunal Regional Eleitoral informou que ela deveria provar que não sabia.
“Disseram que eu era candidata
e eu falei: ‘Mas eu não sou’. Então disseram: ‘Ah, mas pelos registros a
senhora é e vai ter que provar que não é’. Eu falei: ‘Isso é
impossível!'", contou Vanda.
Em seguida, ela soube que
movimentaram R$ 5 milhões em uma conta de campanha aberta no Banco do Brasil em
seu nome e foi cobrada pela Justiça Eleitoral para "prestar contas de sua
candidatura". A assinatura de Vanda em todos formulários, inclusive para
abertura de uma conta-bancária para financiamento da campanha, havia sido
falsificada.
Partido
processado
Vanda processa PTN por danos
morais. “Eu não fui candidata, eu não fiz campanha, eu não fiz nada. Não
aconteceu nada comigo, eu não sei de nada, e a Justiça pede essa prestação de
contas”, afirma Vanda.
O Ministério Público Eleitoral determinou a abertura de um inquérito policial para investigar o caso.
O PTN informou que a direção do partido foi renovada em 2014, que os dirigentes na época do ocorrido tinham total autonomia para montagem da chapa e que davam conta da correção dos procedimentos.
O Ministério Público Eleitoral determinou a abertura de um inquérito policial para investigar o caso.
O PTN informou que a direção do partido foi renovada em 2014, que os dirigentes na época do ocorrido tinham total autonomia para montagem da chapa e que davam conta da correção dos procedimentos.
A movimentação financeira
indevida acrescentou um dado novo a um fenômeno que ocorreu nas duas últimas
eleições municipais - os candidatos-fantasmas estariam ajudando os partidos a
cumprir as quotas eleitorais e servindo de laranjas para lavar dinheiro sujo.
Os promotores eleitorais dizem
que as pessoas estão sujeitas a fraudes porque a Justiça exige apenas que os
partidos apresentem os documentos dos candidatos, sem necessidade da presença
física deles.
Outros
casos
No estado de São Paulo, na última eleição, 32% dos candidatos a vereador eram mulheres, mas as mulheres foram eleitas para apenas 12% das vagas.
A cidade de Cajamar, na região
metropolitana, foi a que teve o maior número de candidatas sem voto no estado:
foram 18 entre 72 que estavam aptas a concorrer.
Já o maior percentual
registrado no estado foi na cidade de Lucianópolis, perto de Bauru, onde sete
candidatas concorreram. Dessas, cinco não receberam nenhum voto. Ou seja, 71%
das candidatas aptas não tiveram nenhum voto no município.
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