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terça-feira, 16 de abril de 2013

Homem mais forte do Brasil concilia rotina de atleta com cargo de vereador

Como atleta, Marcos Mohai já conquistou títulos nacionais e internacionais.
Já como vereador, ele quer ajudar no desenvolvimento de Peruíbe, SP.

Do G1 Santos

Marcos Mohai, vereador e hexa campeão de Strongman, que dá o título ao homem mais forte do Brasil (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Marcos Mohai, vereador e campeão de Strongman, que elege o mais forte do Brasil (Foto: Mariane Rossi/G1)
Atleta com dezenas de títulos nacionais e internacionais, Marcos Mohai, o homem mais forte do Brasil, tem conciliado duas funções diferentes nos últimos meses. Vencedor do Campeonato Brasileiro de Strong Man, em fevereiro desse ano, o atleta foi eleito, em outubro do ano passado, vereador em Peruíbe, no litoral de São Paulo.
Mohai, que é natural de São Bernardo do Campo, se tornou o homem mais forte do Brasil por acaso. Alguns problemas de saúde o levaram ao esporte. Logo quando criança, os médicos aconselharam os pais dele a morarem em um lugar com um clima melhor por conta de problemas respiratórios. Por isso, ele se mudou para a Estação Ecológica Jureia Itatins, em Peruíbe, no litoral de São Paulo.

Mesmo após a mudança, o médico indicou que ele fizesse alguma atividade física. “Meu pulmão era pequeno em relação ao quanto eu necessitava”, conta Mohai. A partir dos oito anos, ele começou a praticar vários esportes. Já aos 14, Mohai entrou para a musculação e, depois de dois anos, participou da primeira competição de levantamento de peso básico, ou levantamento de potência, mais conhecido como powerlifting. As provas possuem três modalidades, o agachamento, o supino e o levantamento terra. Os atletas podem fazer tentativas em cada prova para levantar a maior carga possível e o que tiver maior pontuação no total é o vencedor. “Eu sempre fui muito forte em relação a minha idade. Com 18 anos eu já tinha sido campeão brasileiro, tinha quebrado recordes que há 11, 12 anos ninguém tinha conseguido tirar. Aí que eu percebi que minha vocação era para o esporte de força”, disse ele.
Troféus de Marcos Mohai, o homem mais forte do Brasil (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Troféus de Marcos Mohai, o homem mais forte do
Brasil (Foto: Mariane Rossi/G1)
Aos 19 anos, ele foi para o Campeonato Mundial nos Estados Unidos, onde ficou no 3º lugar. Depois, venceu vários campeonatos brasileiros, mas viu que aquele tipo de competição não lhe satisfazia mais. “Era um esporte muito parado, não era em movimento”, conta. Por isso, em 2004, ele passou a competir no Strongman, esporte que testa a força de diversas maneiras. São várias provas em que o atleta movimenta pedras, estruturas metálicas e até veículos, como carros e caminhões. Quem carregar mais peso, da forma mais rápida possível, é considerado o homem mais forte do Brasil.
Mohai no último campeonato de Strongman, em Peruíbe (Foto: Edgar Pedro de Souza/União Brasileira de Strong Man) 
Mohai no campeonato de Strongman, em Peruíbe
(Foto: Edgar Pedro de Souza/Divulgação UBSM)
Mohai encarou o desafio. Desde 2004, ele participa de competições nesta categoria por todo o Brasil. Neste ano de 2013, ele ganhou pela sexta vez consecutiva o Campeonato Brasileiro de Strong Man na Categoria Absoluto da União Brasileira de Strong Man. O evento foi realizado nos dias 11 e 12 de fevereiro em Peruíbe. As provas de velocidade, concentração e força se tornaram um espetáculo para um público de mais de 8 mil pessoas que puderam conhecer o esporte. “São ações que despertam o público. Não tem uma rejeição. Principalmente as crianças vêem a gente como um herói”, fala Mohai. A prova mais conhecida é a Atlas Stones, onde os competidores tem que carregar esferas de concreto que podem pesar mais de 170 kg. Na última competição, uma nova prova foi implantada e apelidada de ‘Papai vai às compras’. “Os atletas tem que percorrer 45 metros e a cada 15 metros tem um obstáculo. O atleta tem que levantar o obstáculo e colocá-lo no ‘carrinho’, uma caçamba de construção adaptada”, explica ele, que deu o nome da prova.
Lado político
Mohai se tornou um atleta renomado na modalidade. Agora, ele quer passar bons exemplos e dar oportunidade para outras pessoas conheceram o esporte e melhorarem de vida, como aconteceu com ele. Mesmo com muitos projetos, ele não conseguiu apoio. “Minhas ideias não era acatadas”, reclama. Por isso, o homem mais forte do Brasil resolveu levar a força no esporte para a política.
Marcos Mohai, na cadeira de vereador de Peruíbe (Foto: Edgar Pedro de Souza/Divulgação) 
Marcos Mohai, na cadeira de vereador de Peruíbe (Foto: Edgar Pedro de Souza/Divulgação)
Em 2012, Mohai conquistou os eleitores nas urnas e se tornou vereador em Peruíbe. Ele acredita que a eleição foi conquistada não só pelo grande carinho que tem com os moradores e também por sempre levar o nome da cidade, mas porque ganhou a confiança de muitas pessoas que acreditaram em suas ideias. Uma delas é ajudar no desenvolvimento da cidade, por meio do esporte. “O esporte é uma arma fundamental, porque esporte gera saúde. Se todas as pessoas fossem estimuladas a fazer alguma atividade, consequentemente, você diminui os gastos com a saúde, com pessoas doentes. O esporte gera um equilíbrio mental, melhora sua condição, seu ego, por causa da parte competitiva. Quando você trabalha para alguma ação, modifica a sua vida”, explica.

Mohai também quer dar divulgar mais o turismo de Peruíbe, com o foco na Estação Ecológica Jureia Itatins. Para ele, a cidade ainda não é reconhecida pelo potencial turístico e deveria ter mais iniciativas municipais e estaduais para proteger esse lugar. Ele quer unir o esporte e o turismo, trazendo grandes etapas de competições e grandes empresas para a cidade ser mais conhecida. Além disso, quer fazer projetos sociais com crianças e com pessoas que não tenham oportunidades de crescimento na vida. Tudo por meio do esporte. “O esporte é visto como uma última instância. Isso não é visto somente no município. Isso é visto no Brasil. Você vê pelas pessoas medalistas olímpicas que nem patrocínio possuem. Uma pessoa que está representando sua nação para o mundo não tem apoio”, falou.

Aos 36 anos, ele garante que seguirá lutando com todas as suas forças para encarar mais esse desafio da vida. Os 150 quilos, 1,81 de altura, 60 cm de biceps e 80 cm de coxa nada lhe ajudam nessa nova experiência, que exige um esforço bem diferente do que está acostumado nas provas do Strongman. “É complicado. Aqui são 15 vereadores com cabeças diferentes. Cada um vai pensar que o seu projeto é melhor. Tem que ter um jogo de cintura. A gente analisa com profundidade os projetos para ver qual seria o emergencial”, diz Mohai, que garante que não tem medo do que vem pela frente. “Estou muito seguro naquilo que eu estou fazendo. Hoje estou vivo e venci todas as dificuldades, até de saúde. Não é qualquer problema, qualquer dificuldade, que vai tirar a minha esperança ou a minha visão de enxergar algo melhor”, falou Mohai.

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