CÂMARA DE IBICARAÍ

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Petrobras vai cortar pelo menos 30% do número de funções gerenciais

Estatal tem cerca de 7,5 mil funções gerenciais aprovadas. 

Corte faz parte da revisão do modelo de gestão, anunciado hoje.

Matheus Rodrigues e Laura NaimeDo G1, no Rio e em São Paulo

Atravessando um dos piores momentos de sua história, a Petrobras vai cortar pelo menos 30% do número de funções gerenciais em áreas não operacionais. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira (28), a estatal afirma que há cerca de 7,5 mil funções gerenciais aprovadas, das quais 5,3 mil em áreas não operacionais.
O corte faz parte da revisão do modelo de gestão e governança da estatal, divulgado nesta quinta-feira (28). As medidas podem resultar em uma redução de custos de R$ 1,8 bilhão por ano.
“É um passo muito importante para a companhia, não só para o presente, mas notadamente para o futuro da companhia”, disse o presidente Aldemir Bendine à imprensa após a divulgação da reestruturação. "É um processo bastante abrangente, estruturante de grande complexidade (...) Chegamos a um modelo que eu julgo que é algo revolucionário para a empresa".
Em comunicado, a Petrobras afirma que a revisão do modelo "ocorre em função da necessidade de alinhamento da organização à nova realidade do setor de óleo e gás e da priorização da rentabilidade e disciplina de capital, além de fortalecer a governança da Companhia através de maior controle e conformidade nos processos e da ampliação dos níveis de responsabilização dos executivos".
Aldemir Bendine (esq), presidente da Petrobras, e Antonio de Castro, diretor de estratégia e gestão, falam sobre a reestruturação (Foto: Matheus Rodrigues/G1)Aldemir Bendine (esq), presidente da Petrobras, e Antonio de Castro, diretor de estratégia e gestão, falam sobre a reestruturação (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Duas fases
Segundo a Petrobras, na primeira fase da reestruturação, prevista para os próximos 30 dias, haverá redução de 14 funções na alta administração, e o número de diretorias cairá de sete para seis, com a junção das diretorias de Abastecimento e de Gás e Energia. As funções gerenciais ligadas diretamente ao Conselho de Administração, diretores e presidentes serão reduzidas de 54 para 41.
A segunda fase, prevista para fevereiro, vai envolver os demais cortes entre funções gerenciais. As nomeações e a alocação de equipes ocorrerão a partir de março. As contratações, que eram feitas de forma descentralizada, passam a ser feitas pela diretoria de Recursos Humanos.
Segundo Bendine, a reforma da parte operacional da companhia só será feita depois de concluídas as mudanças na parte não operacional – e não há prazo determinado para isso. Já os efeitos das mudanças anunciadas nesta quinta-feira, em termos de economia para a companhia, devem ser sentidos gradualmente, ao logo deste ano e dos próximos.
Reestruturação
Além do corte de gerentes, a reestruturação envolve a fusão de áreas, centralização de atividades, novos critérios para a indicação de gerentes executivos e responsabilização formal de gestores por resultados e decisões.
Segundo Bendine, o novo modelo de gestão e governança da empresa é uma iniciativa revolucionária.
"É algo revolucionário para a empresa, algo necessário para a empresa."
Também serão criados seis comitês técnicos, compostos por gerentes executivos, que terão a função de analisar previamente e emitir recomendações sobre os temas que serão deliberados pelos diretores, que serão corresponsáveis nos processos decisórios.

Cenário desafiador
Segundo o executivo, o cenário atual para o setor é desafiador. "O cenário de petróleo e gás passa por um momento de extrema volatilidade e desafiador. Não tenho dúvida que esse momento vem contemplar essa iniciativa que preparamos para Petrobras".
Questionado sobre a queda dos preços internacionais do petróleo, disse que cabe à diretoria "preparar a companhia para um cenário de absoluto estresse", e que a companhia tem que se adaptar e investir em suas competências. Segundo ele, o petróleo tem movimentos cíclicos, no que diz respeito aos preços, e a companhia precisa se estruturar para não ficar à mercê da volatilidade.
"Temos que nos adaptar a essa nova realidade, que se impôs pelo novo cenário da indústria. Mas também por um momento de investigação de mais feitos dentro da companhia que ajudaram a gerar a crise. É um plano muito bem estruturado, envolve um momento de amadurecimento e mudança na companhia", afirmou.
Indicações políticas
Ao ser questionado sobre as indicações políticas para cargos dentro da Petrobras, Bendine descartou este tipo de atitude. De acordo com ele, a companhia vai dar continuidade ao modelo de meritocracia.
"Eu não convivo ou convivi com esse tipo de indicação política. A indicação primordial será por capacidade técnica. Inclusive o cargo de presidência passa por critério de integridade. Essa convivência de indicação política, não convive com esse tipo de medida. Nesse novo modelo vamos dar preferência para a qualidade técnica para preservar a empresa para o futuro. Meritocracia é o termo que prevalece desde 2015 e vai se tornar cada vez mais forte dentro da empresa", afirmou.
Crise
No centro das investigações de corrupção da Operação Lava Jato, e sentindo os efeitos da alta do dólar e da queda dos preços internacionais do petróleo, a Petrobras viu o valor de suas ações caírem, no início da semana, ao menor valor desde agosto de 2003, vendidas a R$ 4,20.
Com dificuldades de caixa, a estatal também anunciou, há duas semanas, que reduziu seu plano de investimentos para o período 2015-2019 para US$ 98,4 bilhões – uma queda de US$ 32 bilhões, ou 24,5%, ante a projeção inicial.

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