Por Arnold Coelho Jornalista MTB 6446
A madrugada de 6 de fevereiro de 2023 será uma daquelas datas difíceis de serem esquecidas pelo tamanho da tragédia ocorrida na Turquia e Síria. Alguns dias se passaram do terremoto que ‘abalou’ o mundo, e os números da tragédia só crescem.
Vejo esses sinais como avisos ou um ‘toque divino’ na ‘campainha do planeta’ para avisar que precisamos acordar para o que estamos fazendo com o nosso planeta Terra e o que não estamos fazendo pelo próximo.
Segundo a Reuters (maior agência internacional de notícias do mundo, de origem britânica e com sede em Londres), os tremores que atingiram a Turquia e a Síria, tiveram uma magnitude de 7,8, com 41.232 mil mortes (até o momento), 89.926 pessoas feridas (esse número tem crescido), mais de 1,3 milhão de pessoas desalojadas e mais de 6.500 edifícios destruídos.
Quando olho para esses números eu volto no natal de 2021, aqui em Ibicaraí, quando parte da cidade ficou alagada e centenas de pessoas ficaram desabrigadas, depois de 30 horas consecutivas de chuvas. Não tivemos mortes, mas, nos sentimos órfãos, frágeis e carentes do olhar dos nossos semelhantes. A cada gesto de solidariedade vindo de outros lugares, o povo de Ibicaraí se via vivo e com a esperança renovada. Por um momento o mundo olhou para a nossa Bahia.
Hoje, oito dias pós-tragédia turca e síria, esse mesmo povo baiano (que pediu ajuda para o mundo) está comemorando um Pré-carnaval, para na sequência festejar o Carnaval. Agora eu pergunto: FESTEJAR O QUE? O genocídio do povo Yanomami? As guerras pelo mundo? A fome na África? Ou a morte de milhares de pessoas na Turquia e na Síria com o terremoto? Como somos insensíveis e hipócritas.
Não conseguimos sequer respeitar o luto e a dor do próximo. Isso mesmo, próximo! Pois com relação a esse pequeno planeta em que vivemos, 10.750 km (a distância entre Brasil e Turquia), é um atravessar de rua, ou de oceano. É ali do outro lado do planeta.
Nós, seres humanos, precisamos cultivar mais o nosso lado humano, ou, como diz o título desse texto: ‘Carecemos” de mais humanidade em nossos corações. Não existe, nesse momento, nenhum motivo para comemoração. O mundo está em luto.
*Arnold Coelho* - Onde está a nossa humanidade?
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