Por Arnold Coelho Jornalista MTB 6446/BA
Estou sempre falando e batendo na mesma tecla: preservar, plantar e cuidar das nossas matas e nossas nascentes. Costumo falar também do Marco Legal do Saneamento Básico e de uma provável privatização (até 2033) do nosso SAAE, afinal, o Marco abre esse precedente de venda da nossa autarquia. Sempre digo também que temos água boa e barata.
Sempre uso a crise hídrica do final de 2015 como exemplo - quando ficamos vários meses sem chuva - e o crescimento clandestino do comércio de água de poço e cisterna. Comparo sempre os 10 mil litros de água que o SAAE fornece para a sede entre R$ 26,00 e R$ 41,00 e a mísera e irrisória taxa de R$ 10,18 cobrada nos distritos, valor que não paga nem os insumos gastos para tratar e fornecer a água que bebemos.
Na última Copa do Mundo no Catar os estádios estavam vendendo (durante os jogos) duas garrafas de 500ml de água e uma barra de chocolate por R$ 75,00. Esse valor foi motivo de discussão nas redes sociais, onde as pessoas acharam um absurdo o alto valor do líquido precioso.
No último final de semana de carnaval fortes chuvas caíram no litoral paulistano, alagando casas e matando, até o momento, 50 pessoas e mais de 4 mil desabrigados. A tragédia ficou mais assustadora com a total falta de humanidade de alguns comerciantes que aproveitaram o momento de desespero e fragilidade das pessoas e chegaram a cobrar R$ 93,00 por um litro de água potável. A ganância acima da solidariedade.
Fiz questão de tocar novamente nesse assunto para mostrar o quanto é importante e barato o nosso líquido precioso que desce diariamente das nossas montanhas. Precisamos cuidar, plantar e preservar essas montanhas, além de monitorar nossas mais de 100 nascentes que brotam no município e fornecem água boa e barata para o nosso povo.
É preciso pensar em leis que protejam essas nascentes e o consumidor interno; fazer valer o Pagamento por Serviço Ambiental (PSA); reflorestar as áreas de nascentes que estão degradadas e incentivar e apoiar quem tem nascentes em suas propriedades rurais. Não adianta pensar em cuidar depois. O cuidado precisa começar agora, para não faltar água para as futuras gerações.
Arnold Coelho
Consumidor de água
Arnold Coelho
Consumidor de água.
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