Administrador chegou a delegacia para depor nesta quinta-feira.
Homem procurou a Justiça para reclamar de vizinhos há um ano.
O administrador de empresas Michel Goldfarb Costa, de 34 anos, suspeito de provocar uma série de acidentes em São Paulo na manhã de segunda-feira (9), voltou a dizer nesta quinta (12) que está sendo perseguido. Costa chegou por volta das 13h ao 26º Distrito Policial, no Sacomã, na Zona Sul, para prestar depoimento. Ele passou a noite na carceragem do 77º DP, em Santa Cecília, no Centro da capital paulista.
“A psiquiatra quis dizer que eu sou louco, me deram coisa pra tomar. Estou sendo perseguido”, disse Costa ao chegar para depor. Ele reclamou de ter ficado em uma cela comum e disse que não conseguiu dormir.
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Tanto o advogado de Costa, Nicolau Aun Junior, quando o delegado Marcos Antônio Manfrin, do 26º DP, disseram não haver problema no fato de o suspeito ter ficado em uma cela com outros presos, o que seria melhor para a segurança do administrador.Aun Junior reafirmou que não entrará com recurso para revogar a prisão temporária de dez dias determinada pela Justiça para Costa. “Não vou entrar com nenhum recurso agora porque o melhor lugar que ele poderia estar é recolhido”. O advogado disse ainda que não entregou seu cliente antes porque ele estava em um estado lastimável. Costa se apresentou à polícia na noite desta quarta-feira (11).
"Fui eu que fui resgatá-lo na rua. Ele estava imundo, coberto de fezes. Não queria que ele fosse encontrado daquele jeito”, disse o advogado. Segundo ele, Costa foi localizado na Cidade Universitária, na Zona Oeste, e afirmou que teria perdido a arma.
Manfrin afirmou que Costa estava tranquilo na carceragem do 77º DP. Entretanto, o suspeito de provocar acidentes se alterou ao longo do caminho, principalmente ao chegar ao 26º e ver os jornalistas. Ele chegou a cair no chão."Durante o caminho, ele estava muito nervoso, chorava, dizia que queria viver e que está disposto a pagar pelos crimes que cometeu, mas que não queria morrer", contou Manfrin. Segundo o delegado, Costa será ouvido nesta tarde. Três testemunhas foram intimadas para fazer o reconhecimento visual do administrador.
Briga com vizinhosAun Junior informou nesta quinta-feira que seu cliente entrou com procedimento no Fórum de Cotia, na Grande São Paulo, onde mora, contra um vizinho por dano material. Este vizinho teria jogado pedras na casa de Costa por causa dos constantes latidos dos cachorros. “Eu não tiro a razão dos vizinhos, são 12 cachorros latindo. Mas eles foram além da reclamação”. O caso foi registrado no fórum há mais de um ano o que, segundo o advogado, evidenciaria que Costa teve um problema psicológico na segunda-feira.
O delegado Manfrin confirmou que o procedimento foi registrado no Fórum de Cotia. O documento será anexado aos autos do processo e os vizinhos poderão ser ouvidos. "Por enquanto não há outra hipótese plausível que não seja um problema de ordem psiquiátrica", reafirmou Manfrin.
FugaNesta quarta-feira , Costa afirmou aos jornalistas ao se entregar que não tentou matar ninguém. Segundo ele, os tiros não foram disparados na direção das pessoas, mas nas maçanetas dos veículos. "Estava em fuga e pedia para as pessoas saírem do carro. Eu falava: 'sai, sai'. E elas não saíam", afirmou. Segundo as investigações, ele bateu em pelo menos dois carros e um ônibus, baleou um homem na barriga e feriu outro de raspão.
Costa afirmou que saiu de casa após seus cães latirem e ele pensar que haviam invadido sua casa. "Eu desci para pegar minhas coisas, para bater em fuga, para preservar minha vida. Ele disse que achava que estava sendo seguido por vizinhos. "Não estou imputando a eles a culpa. Eu não vi ninguém, ouvi só o barulho e os cães latindo", disse.
Costa afirmou que mesmo após parar o último carro roubado ainda sentia estar sendo perseguido e, por isso, se escondeu em um cano de esgoto próximo ao Rio Tietê. Ele calculou ter ficado cerca de 12 horas no local. "Quando vi que o pessoal não estava perto, eu saí. Tenho indícios de que eles estavam perto. Eu ouvia as vozes."
Ele contou que saiu a pé do cano de esgoto e seguiu até a casa do pai. "Quero dizer a todo o Brasil que o que eu fiz foi uma atitude errada. É melhor se prevenir e colocar câmera em casa para não ter esse tipo de paúra, esse medo de morrer."
O administrador será indiciado por quatro tentativas de latrocínio, tentativas de homicídio que não foram quantificadas ainda, disparos de arma de fogo e lesões corporais.
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