Suspeitos fugiram com dois carros, aparelhos eletrônicos e dinheiro.
Padre disse que abraçou assaltante.
O padre Antônio Maria, que também é cantor e escritor, estava no grupo feito refém durante a invasão ao Mosteiro Karim, em Jacareí, no interior paulista, na noite desta quarta-feira (25). Os criminosos entraram no local e renderam cerca de 15 pessoas, incluindo o padre, freiras, jovens adotados e o caseiro do local. O grupo fugiu levando eletrônicos, dois carros e dinheiro. Ninguém havia sido preso até o final da manhã desta quinta-feira (26).
“Eles disseram que não iam fazer mal nenhum, mas que queriam dinheiro. Eu falei 'meus filhos, não façam isso, nós não temos dinheiro. Nós lutamos com dificuldade'. Até as pessoas imaginam muitas vezes que eu nado em dinheiro, porque canto, porque tenho discos, vou à televisão. Porque sou amigo do Roberto Carlos e isso não quer dizer nada”, contou o padre.
Logo após ser desamarrado, o sacerdote disse a um dos criminosos que iria rezar por ele. "Eu falei 'eu sei que não vai dizer teu nome, mas eu quero dizer que eu vou rezar muito por você, por vocês, vai falar isso para os teus amigos'. E eu fiquei lá conversando com ele e disse até 'eu quero te dar um abraço', e eu abracei ele e ele me abraçou”, disse.
Invasão
A freira Rosane dos Santos Coelho disse que não ficou nervosa quando se deparou com o grupo armado no terreno do estabelecimento. “Minha reação foi de tranquilidade. A gente passando serenidade faz com que eles [os criminosos] fiquem mais calmos”, disse a irmã ao G1 na manhã desta quinta.
De acordo com irmã Rosane, os homens armados levaram as freiras que estavam no prédio, o caseiro, o padre e os jovens para um quarto do mosteiro, em um grupo de cerca de 15 pessoas. O padre e o caseiro ficaram amarrados com as mãos nas costas. “Depois eles pediram para que apontássemos os quartos e vasculharam todo o mosteiro”, disse.
De acordo com o delegado Talis Prado Pinto, da Delegacia Seccional de Jacareí, o grupo levou dois carros que estavam no terreno, televisores, computadores, celulares e R$ 1.100 em dinheiro. Os assaltantes deixaram o terreno por volta das 2h.
Segundo irmã Rosane, um assalto semelhante aconteceu no mosteiro há cerca de dois anos. Ela afirma que o terreno não é murado, mas protegido apenas por uma cerca fácil de ser ultrapassada. “Nós estamos tentando buscar ajuda com a polícia, pois não temos renda fixa para fazer uma segurança maior. Mas vamos ver o que Deus vai providenciar”, disse.
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