Por Arnold Coelho Jornalista MTB 6446/BA Foto: Claudia Andujar
Relutei por alguns dias em escrever sobre o assunto ‘povos originários’, índios e em especial os Yanomami. Acabamos de sair de uma eleição presidencial que literalmente dividiu o país entre os extremos (esquerda/direita), e esse ‘racha’ chegou na base da pirâmide da nossa civilização: a família.
Tudo hoje acaba em política e as pessoas perderam a noção do certo ou errado, independente do lado que ela está. Enquanto parte do lado esquerdo vê ‘agora’ como genocídio o que já acontece há séculos com os nossos índios, parte do lado direito não vê nada demais com a morte de 570 crianças (com menos de cinco anos) doentes e desnutridas nos últimos quatro anos, só porque elas nasceram na floresta amazônica e são de origem indígena.
É importante dizer que processo de dizimação dos povos indígenas vem acontecendo há cerca de 500 anos no Brasil, independente de lado. Assim que o homem branco colocou os pés nessa terra e foi bem recebido pelos índios, deu-se o ‘início do fim’ dessa raça que aqui já vivia, e que por direito são os verdadeiros donos desta terra.
A história conta e mostra que o projeto sempre foi de aniquilação total, partindo pela tentativa de escravidão (por quase 200 anos) e depois a redução drástica das suas áreas ou reservas indígenas, além dos constantes conflitos que sempre terminam em chacinas de índios no Brasil (independente da região). Basta ter índio que ali terá injustiça social.
A tentativa de acabar de vez com o povo indígena e suas etnias, entre elas os Yanomami, sempre foi um sonho antigo de uma classe poderosa no Brasil, que colocam a mineração (de metais preciosos) e a pecuária bovina (leite e corte) à frente da vida humana.
Para concluir fiz uma breve pesquisa na internet (Wikpédia) e encontrei a expressão yanõmami thëpë, que significa, entre outras coisas, "seres humanos". Precisamos parar de ver esse genocídio com os povos originários do Brasil como algo banal, afinal eles são seres humanos e carregam isso na origem do seu nome. Quando morre um índio, além das nossas origens e história, morre um pouco do Brasil e do povo brasileiro.
Arnold Coelho
Ser humano ou Yanõmami thëpë
Foto: Claudia Andujar
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