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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Conheça 20 sinais de que a empresa colocou você na 'geladeira'

Empresas podem criam situações para forçar a saída do funcionário.

Sentir-se isolado ou preterido são indícios mais comuns, dizem especialistas

Marta Cavallini
Do G1, em São Paulo
Emprego, trabalho (Foto: Reprodução)
Quando funcionário não é chamado para
reuniões pode ser indício de que empresa
não valoriza mais o trabalho dele
(Foto: Reprodução)
Você se sente de lado no trabalho, não tem mais diálogo com a chefia, as tarefas diminuíram e ficaram menos importantes, o ambiente de trabalho parece pesado para o seu lado? Segundo especialistas, esses podem ser alguns sinais de que a empresa colocou você na “geladeira” ou quer que você peça demissão.  

“O clima muda, parece que tudo que você faz não agrada mais a ninguém na empresa, você começa a se sentir isolado e a cada dia um benefício ou trabalho é diminuído. Aos poucos suas tarefas vão ficando cada vez mais rotineiras e burocráticas. E outras pessoas começam a assumir aos poucos funções que você exercia anteriormente”, diz o consultor de carreiras Roberto Recinella.

“Se você tem a sensação de estar estagnado no emprego, é possível que já esteja sendo analisado por seus superiores. Geralmente, os funcionários passam a achar que estão no lugar errado, no momento errado”, diz Bibianna Teodori, master coach e coautora do livro "Coaching na Prática – Como o Coaching pode contribuir em todas as áreas da sua vida”.

“Quando não é mais lembrado com tanta frequência para novos desafios, quando faltam oportunidades de crescimento e há pouco investimento no seu desenvolvimento profissional, o funcionário pode estar deixando o time de profissionais da empresa”, diz o consultor Claiton Fernandez, autor do livro "Caminhos de um Vencedor".
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20 situações que indicam que a empresa não quer mais o funcionário ou o colocou na ‘geladeira’
Diminuição na quantidade de tarefas e atividades.
Clima hostil e conflitos propositais para gerar ambiente ruim de trabalho.
Ser preterido em relação aos demais.
Pouco diálogo/comunicação.
Falta de investimentos em capacitação e desenvolvimento profissional.
Funcionário é rebaixado de cargo ou tem horário de trabalho modificado sem ser consultado.
Colaborador é transferido de setor sem nenhuma explicação.
Funcionário é retirado de um projeto em andamento sem justificativa.
Gestor imediato muda de comportamento, fazendo cobranças com mais rigor ou não dá mais atenção.
Colegas começam a se afastar do colaborador.
Os gestores nunca têm tempo para o funcionário e não respondem às solicitações dele.
Alguns dos benefícios são retirados. Por exemplo, o colaborador podia sair 1 hora mais cedo uma vez por semana para ir a curso que faz há 2 anos, mas tem o benefício cortado.
Os relatórios são devolvidos frequentemente com observações sem sentido, apenas solicitando que os refaça o quanto antes.
Empregado não é mais chamado para participar de reuniões e projetos dos quais fazia parte.
Colaborador não é mais consultado pelos colegas ou gestores sobre temas estratégicos.
Funcionário não é mais chamado para happy hours e outras atividades extras da empresa.
O chefe não dá ordens e não se preocupa em cobrar prazos.
O chefe passa a transferir ao funcionário tarefas de pouca importância ou que ele não domina ou passa a exigir metas impossíveis.
O colaborador percebe que suas decisões não são acatadas e precisa brigar para que as coisas aconteçam.
O funcionário começa a observar que suas prioridades estão desalinhadas com as do chefe.
Fontes: Claiton Fernandez, Bibianna Teodori e Roberto Recinella
De acordo com Fernandez, ainda existem empresas que criam situações para forçar a saída do funcionário da empresa. “Os exemplos mais comuns são a inexistência de aumento salarial e benefícios em geral, ambiente hostil com provocações, execução de atividades que não condizem com a função”, afirma.     

Recinella explica que muitas vezes a empresa não quer arcar com os custos da demissão. “Na maioria das vezes é através da pressão psicológica, isolando o colaborador, diminuindo acesso às informações, delegando tarefas repetitivas, algumas vezes até humilhantes. O gestor passa a cobrá-lo exageradamente ou a não dar mais feedback”.


Às vezes foi o colaborador que mudou e está achando que foi a empresa"
Bibianna alerta que o cenário depende muito do fato de a pressão vir do chefe ou de uma situação geral da empresa, como corte de gastos ou mudanças na gestão. Se for corporativa, é muito mais difícil encontrar uma solução, segundo ela, pois diversas pessoas começarão a sair da organização. Já se for direcionada, uma opção é o funcionário procurar o setor de recursos humanos e tentar uma recolocação em outra área da empresa. “É importante detectar sempre por que aquilo está acontecendo. Pode ser uma reestruturação, um conflito ou mesmo contenção de custos da empresa”, diz.

Recinella aconselha fazer uma autoanálise e conversar francamente com o gestor para saber o que fazer. “Às vezes foi o colaborador que mudou e está achando que foi a empresa”.

Roberto Recinella
Em caso de se sentir “escanteado”, o funcionário pode pedir para conversar com o gestor imediato, segundo Recinella. “O funcionário deve se municiar de fatos que demonstrem suas contribuições nos resultados da empresa, ressaltar os pontos fortes e as ações concretas que está tomando para desenvolver os pontos de melhoria.”

E, em caso de não haver mais diálogo nem possibilidade de nova chance, Recinella recomenda que o profissional procure outra colocação melhor.

Bibianna Teodori alerta que às vezes não vale a pena o colaborador tentar reverter o quadro. “Quando o profissional já está cansado de seu trabalho e de sua equipe, a demissão pode representar um alívio”, diz.

Demissão do empregador
Bibianna relata um caso em que uma funcionária que se sentiu incomodada com as condições do trabalho pediu “justa causa” do empregador na Justiça trabalhista.

Ela conta que uma cliente, admitida em 2008 para exercer o cargo de gerente de vendas em um grande grupo de confecção, começou a ser pressionada em 2011 a pedir demissão. “Ela começou a sentir que estavam desconfiando dela. Pediram extrato da conta dela, celular para controlar informações. De repente, foi admitido outro gerente que começou fazer insinuações de que ela não era confiável. Foi afastada do cargo e foi colocada para ser vendedora de loja. Não tinha mais vontade de trabalhar. Eles mudavam ela de horário sem avisar, faziam de tudo para ela pedir demissão. Após alguns meses, ela entregou uma carta de rescisão indireta, na qual dizia que estava dando o contrato por rescindido, pois a loja não estava cumprindo com suas obrigações”, conta.

Permanecer na empresa muitas vezes significa se tornar uma pessoa mais agradável de conviver e gerar menos problemas de relacionamentos"
Bibianna Teodori
Dá para prevenir?
Segundo Bibianna, é importante o colaborador conferir sempre com seu superior se estão na mesma sintonia, checando as prioridades e o que é mais importante para a empresa. “Questione e pergunte regularmente sobre seu desempenho e trabalho. Peça feedback sobre suas ações e esteja aberto para ouvir e aceitar pontos de melhoria. Desenvolva novas habilidades”, diz.

Ela orienta ainda realizar o trabalho da melhor forma e cumprir as metas, sempre prestando atenção nos relacionamentos e ouvindo a liderança. “Ser um profissional melhor e permanecer na empresa muitas vezes significa se tornar uma pessoa mais agradável de conviver e gerar menos problemas de relacionamentos”.

Para Recinella, o primeiro passo é fazer uma autoavaliação e manter diálogo com o gestor, até mesmo para entender se está fazendo algo de errado ou prejudicando a equipe.
“Caso tenha pisado mesmo na bola, conserte. Desculpe-se e mostre atitudes que resgatem a confiança da equipe e da empresa, lembre-se que você estará sob observação e terá que se esforçar para voltar a ser como antes.”

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