POR Arnold Coelho Jornalista MTB 0006446/BA
Vivemos uma vida tão passageira, quase sempre pensando nas nossas conquistas pessoais e no acúmulo de bens e riquezas fúteis — muitas vezes conquistadas à custa do choro e da desgraça alheia. Alguém sempre vai chorar para que outro possa rir. Muitos passam necessidade para que poucos acumulem milhões ou bilhões.
O sonho da maioria das pessoas — com raras exceções — é “vencer na vida”, sem pensar nas consequências para o próximo. O que define um vencedor, para muitos, é o quanto se acumula durante a breve passagem por este planeta. Quanto mais riqueza, mais cresce a sensação de ser melhor e superior aos demais.
Acreditar ser melhor que o outro é uma forma de massagear o ego e se convencer de que os demais são inferiores. Se você tem dinheiro, um bom emprego, um negócio próprio, se é empresário, cantor, jogador de futebol ou político de sucesso, o “pobre” passa a ser apenas o instrumento que te faz enriquecer a cada dia.
Mas tudo isso cai por terra quando a saúde é abalada e você descobre o quão insignificante é diante da vida. Percebe, então, que está aqui apenas de passagem e que, em breve, será lembrado por poucas pessoas — e apenas pelas boas ou más ações que deixou. Nasceu sem nada e nada levará consigo.
Estou com 57 anos e, por muito tempo, sonhei em conquistar o mundo. Viajei, trabalhei muito e vivi inúmeras experiências. Há 17 anos, porém, quando adoeci, descobri o meio ambiente e a preservação ambiental como filosofia de vida. Juntei a essa descoberta a prática de atividades físicas e caminhadas ecológicas — e me reencontrei, tendo um novo sentido para viver.
Nessas andanças pelo meio rural, surgiu uma Turma que me acompanha. Foi com ela que ouvi algo que me marcou profundamente: “Viver é diferente de estar vivo!”
Desde então, tenho vivido de fato — sem pensar em acumular, guardando apenas o suficiente para viver bem. Afinal, nossa partida não tem aviso prévio, e todos voltaremos ao pó como chegamos: sem nada material.
Arnold Coelho
Vivendo a vida

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