POR Arnold Coelho
Estranho culpar ou creditar parte dos mais de 290 mil mortos a uma negação, afinal o verbo ‘negar’ não é algo que possa se pegar (palpável), muito menos um hospedeiro. Essa palavra não tem o poder de carregar e muito menos transmitir o Covid-19, mas é fato que quando o indivíduo nega que a doença existe, se nega a usar máscara, rejeita a vacina ou propaga aglomerações, ele está colocando em risco a sua vida e a do seu semelhante.
É importante salientar que essa doutrina negacionista é uma prática antiga (os nazistas negaram por décadas o Holocausto). Aqui no Brasil o negacionismo ao vírus e à vacina foi implantado pelo presidente dessa nação e sua trupe, isso é fato, e nesse caso não adianta negar. Existem discursos e frases de efeito ditas por ele e seus apoiadores nas redes sociais. Ele afirmou que o Coronavírus era uma gripezinha, brincou com a vacina, dizendo que não se responsabilizaria se as pessoas virassem jacarés e chegou a especular que determinada vacina poderia conter chips líquidos para mudar o DNA humano.
O negacionismo ao vírus e as consequências da doença ainda são muito fortes no Brasil. Tenho uma vizinha de quase 90 anos que não quis tomar a vacina, não acreditando na sua eficácia. Outro dia me deparei com uma senhora com mais de 70 anos sentada na porta da casa dela, sem máscara, retrucando que esse vírus não existe, que ela acredita e tem fé em Deus. Tenho diversos amigos que não usam máscaras e dizem abertamente que essa doença é uma invenção da rede Globo e do pessoal de Esquerda que querem destruir o Brasil.
Nos últimos dias vimos a morte de alguns políticos importantes no Brasil, comprovando que a doença não escolhe cor, religião ou condição social. A morte do cantor gospel e político, Irmão Lázaro, infelizmente abriu os olhos para muitos religiosos negacionistas que ouviam cegamente os discursos eloquentes de pregadores que afirmam que os verdadeiros filhos de Deus estão protegidos e não serão infectados.
Ano passado o pastor norte americano Gerald Glenn se negou a fazer o distanciamento social e continuou lotando sua igreja para pregar. Ele afirmou que só pararia preso ou em um leito de hospital. Gerald morreu de Covid. O irmão Lázaro infelizmente seguiu o caminho do pastor americano, continuou pregando e terminou pegando o vírus e pagando com a vida.
É triste falar desse tema, pois o propósito de Lázaro era louvável. Propagar a palavra de Deus sempre, diariamente, para todos. Precisamos entender que é preciso seguir sempre os protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS), pois o vírus é letal e mata.
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