BAHIA CACAU

BAHIA CACAU

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Leilão de bens de Clodovil Hernandes arrecada mais de R$ 370 mil

Escultura de cobra e sofás não puderam ser vendidos por decisão judicial.
Peça mais valiosa, gravata foi arrematada por arquiteto por R$ 46 mil.

Paulo Toledo Piza Do G1 SP

Arquiteto mostra com orgulho gravata de R$ 46 mil (Foto: Paulo Toledo Piza/G1) 
Arquiteto mostra com orgulho gravata de R$ 46 mil (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Em um concorrido e tumultuado leilão que começou na noite de quinta-feira (12) e só terminou na madrugada desta sexta, os 156 lotes de bens do ex-deputado e estilista Clodovil Hernandes, morto há três anos, foram arrematados por dezenas de pessoas por mais de R$ 372.600. O valor é mais que o triplo do que a advogada Maria Hebe de Queiroz, uma das responsáveis por administrar os bens de Clodovil, esperava arrecadar.
“Estou feliz, foi bem mais do que os R$ 100 mil [previstos]. Mas ao mesmo tempo fico triste por desfazer dessas peças. O Clodovil era como um filho para mim”, afirmou a advogada, momentos após a última peça – um sapato – ter sido arrematada por R$ 300.

Realizado em uma casa especializada nos Jardins, região nobre de São Paulo, o que era para ser apenas um leilão parecia mais a inauguração de uma badalada casa noturna – tamanha era a quantidade de pessoas. Todos os cerca de 100 assentos foram rapidamente ocupados – e dezenas de outras pessoas se espremeram no pequeno salão para tentar acompanhar os lances.
Já no início, quando o sétimo lote iria ser vendido, um homem levantou os braços no meio da multidão e gritou que a transação não poderia ser feita. “Não pode ser vendido. Tenho um documento que prova isso”, disse o presidente da Fundação Clodovil Hernandes, Mauricio Petiz.
As peças a que ele se referia eram a escultura de uma cobra em bronze, que era usada como base de uma mesa, e dois sofás desenhados pelo estilista, com o brasão da República, que adornavam seu gabinete em Brasília. “São peças de exposição pública, para preservar sua memória”, justificou. A administração da casa decidiu, então, deixar essas peças fora do catálogo e, após o tumulto, seguiu com o leilão de outras peças.
Leiloeiro mostra na tela objetos de Clodovil (Foto: Paulo Toledo Piza/G1) 
Leiloeiro mostra na tela objetos de Clodovil (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
O item mais cobiçado de todos foi uma gravata borboleta feita em ouro branco, cravejada com 1.097 diamantes. Diversos lances foram feitos, mas quem conseguiu o objeto foi o empresário e arquiteto Luis Pedro Scalise, de 44 anos. “Eu gostava muito do Clodovil e em uma conversa que tivemos nós comentamos sobre a gravata”, afirmou. “E eu adoro joias”, acrescentou, mostrando em um de seus dedos um anel de brilhantes.
Para levar para casa a peça, ele teve de desembolsar R$ 46 mil. “Para mim, comprar isso não é gastar, é ganhar dinheiro”, disse. Ele jura que irá usar a gravata já nos próximos meses.
Além da gravata, outros objetos se destacaram, como um relógio da marca Cartier dado de presente a Clodovil pelo apresentador Faustão – arrematado por R$ 6 mil -, um baú da marca Louis Vuitton cujo novo dono gastou R$ 23 mil para tê-lo e um piano de R$ 30,5 mil. A peça mais barata foi uma maca de massagem – arrematada por R$ 150.
Dívidas
O objetivo do leilão é acabar com dívidas do espólio de Clodovil - entre elas, uma indenização de R$ 200 mil a ser paga para a senadora Marta Suplicy. Em 2004, ela processou o estilista por ofensas ditas em seu antigo programa de televisão.
Estilista consagrado, Clodovil foi também apresentador de TV e deputado federal. Como não teve herdeiros, todo o valor arrecadado vai ser usado para pagamento de dívidas - muitas delas com ex-funcionários -, que passam de R$ 300 mil, segundo a advogada.
Além do leilão, uma casa em Ubatuba, no litoral de São Paulo, está entre os bens de Clodovil que vão ser vendidos para quitar as dívidas do espólio do estilista. A previsão é que o imóvel seja vendido por R$ 560 mil, a um comprador que já acertou negócio. "A casa está praticamente vendida. A juíza autorizou, pediu para reservar uma parte do pagamento para taxas e agora falta expedir um alvará", disse a advogada Maria Hebe.
Público se espreme na entrada de casa de leilões (Foto: Paulo Toledo Piza/G1) 
Público se espreme na entrada de casa de leilões (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
tópicos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

IBICARAÍ- Nathan Henrique foi aprovado com louvor no TCC do curso de Direito na FTC

  Por André Luiz Evangelista Jornalista MTB 0006515 BA Nathan que já foi aprovado nas duas fases da OAB desde 2024, no último dia 27 de maio...