Por Arnold Coelho Jornalista MTB 0006515/BA
Estava na porta da minha casa quando vi essa cena diferente para os dias atuais e automaticamente me remeti ao passado, quando tinha pouco mais de 20 anos e fui pai pela primeira vez. Eu era novo e precisei criar (literalmente) o meu filho, carregando-o para onde eu fosse, inclusive para o trabalho.
A mãe do meu filho (in memoriam) ficou muito doente e eu precisava trabalhar e Murilo aprendeu a andar dentro da redação do Jornal Agora, se agarrando nas mesas das antigas pranchetas de desenho e diagramação de jornal. Foram tempo difíceis que eu me revezava entre pai e mãe daquele menino levado que está fazendo hoje, 7 de dezembro, 36 anos.
Mas, o texto agora não é para o meu filho e sim para esse rapaz, Lucas, de 23 anos, que para auxiliar nas despesas da casa com a esposa que também trabalha, vende picolé na rua e leva a sua filhinha com ele.
Antes que alguém critique o ato, pelo calor que a criança possa passar, Lucas me relatou que não tem condições de pagar uma pessoa para cuidar da filha e como a esposa trabalha, ele leva a filha com ele, devidamente protegida do sol. Percebi o cuidado do rapaz, com a bolsa da criança com água, chupeta, alimento e o mais importante, o carinho e o afago protetor dele com ela.
Fiquei emocionado, pois vi naquela cena um menino/homem trabalhador e acima de tudo um PAI DE VERDADE! Parabéns, Lucas! Essa criança vai crescer feliz e orgulhosa com o pai dela. Precisamos seguir esse exemplo de pessoa, pai e ser humano.
No final eu aproveitei e comprei alguns picolés para ajudá-lo nessa nobre causa, de criar uma filha com o suor do seu labor.
Arnold Coelho
Eu também sou pai
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