Por Arnold Coelho Jornalista MTB 0006446
Iria começar esse texto falando de morte, mas ícones e referências não morrem, eles simplesmente partem e deixam um legado para toda a eternidade. Digo isso por experiência própria, pois lembro até hoje de alguns nomes que vi partir e ainda continuam vivos na minha mente.
Em 1977, eu ainda menino, ouvi no rádio a morte de Elvis Presley (Rei do Rock and Roll). Nesse mesmo ano (dezembro) perdemos Charlie Chaplin, o eterno Carlitos. Em 1980 perdemos outro ícone da música, dessa vez, de forma trágica. Lembro que o mundo parou estarrecido com o assassinato de John Lennon, em 8 de dezembro de 1980.
Em março de 1992 a Bahia e o Brasil perderam a nossa santa, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce ou Santa Dulce dos Pobres. Nossa eterna Irmã Dulce, que vive a fazer ‘milagres’ no coração dos baianos.
1994 foi um ano de tristeza e alegria, pois perdemos um dos nossos maiores ícones esportivos e ganhamos o tão sonhado tetracampeonato mundial de futebol. Até hoje vejo como a nossa maior perda, pois foi ao vivo e grande parte do Brasil assistiu Airton Senna passar reto na curva Tamburello, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na Itália. Nesse dia, não só eu, mas o Brasil, chorou muito com a morte de Senna.
Em setembro de 1997 nós perdemos outra santa, dessa vez foi Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, conhecida popularmente como Madre Teresa de Calcutá ou Santa Teresa de Calcutá.
Em agosto de 2001 o mundo, e principalmente o Sul da Bahia, perdia o seu maior ícone literário, morria Jorge Amado, nosso maior escritor. O homem imortalizou e lançou Ilhéus para o mundo e graças a Jorge eu tenho uma filha chamada Gabriela.
Em março de 2012 o Brasil ficou triste com a morte de Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho ou Chico Anísio, o nosso maior humorista. Adorava assistir Chico City e até hoje ainda lembro de muitos dos seus personagens.
Na música eu vi e perdi diversos ícones como Gonzagão e Gonzaguinha, Tim Maia, Renato Russo, Cazuza, Raul Seixas, Tom Jobim, Vinícius de Morais, Elís Regina, Rita Lee. Vixe! Foram muitos e olhe que só estou citando os que ouvi cantar em vida.
Em 2022 nós perdemos Edson Arantes do Nascimento, ou simplesmente Pelé, o "Rei do Futebol", o atleta do século que nos deu três títulos mundiais. O nome mais falado no mundo e que parou uma guerra com a magia do futebol. Nesse mesmo ano perdemos também José Eugênio Soares, nosso eterno Jó Soares.
Em agosto de 2024 nós perdemos Sílvio Santos, para mim o maior showman que eu vi na TV. Sem dúvidas o nosso maior apresentador. Quem da minha geração não assistiu Silvio Santos em alguma tarde de domingo perguntando “Quem quer dinheiro? “
Hoje, quinta-feira, 03 de outubro, o dia começou triste com a notícia da morte de Cid Moreira, ou simplesmente a ‘voz brasileira’ de todos os tempos. Quem (acima dos 40 anos) não assistiu ao Jornal Nacional pelo menos uma vez na vida e ouviu ao final o seu eterno boa noite? Cid Moreira marcou a minha geração, assim como todos que citei no texto acima.
Sei que muitos nomes podem e devem ter ficado de fora, mas a ideia era justamente essa, citar os que ainda vivem em minha mente, mesmo com o passar dos anos. Esses são os ícones que ainda carrego nessa velha e cansada memória.
Outro dia eu disse para um grande amigo que a próxima geração que irá partir será a nossa. Em seguida caímos na risada. O fato é que é uma certeza que a ‘partida’ será para todos. Não adianta tentar fugir, a realidade é que em algum momento (espero que seja lá adiante), nós receberemos o nosso bilhete premiado, com o seguinte dizer: “Chegou a sua vez!”.
Arnold Coelho
Perdendo seus ícones