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sábado, 8 de outubro de 2011

Sem acordo, Justiça do Trabalho vai julgar greve nos Correios

Trabalhadores não aceitaram proposta intermediada por presidente do TST.
Dissídio coletivo será julgado na próxima terça-feira, dia 11.

Débora Santos Do G1, em Brasília

Funcionários dos Correios se concentram em frente ao TST (Foto: Débora Santos/G1) 
Funcionários dos Correios se concentram em
frente ao TST (Foto: Débora Santos/G1)

Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada nesta sexta-feira (7) entre os trabalhadores e a diretoria dos Correios. Diante do impasse, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, determinou a abertura de dissídio coletivo que será julgado na próxima terça-feira (11).
Os trabalhadores dos Correios estão em greve desde o dia 14 de setembro.
Na tentativa de acordo, o ministro do TST  fez uma nova proposta, que inclui pagamento imediato de abono de R$ 800 mais aumento real de R$ 60 a ser pago no dia 1º de janeiro de 2012. Seriam descontados ainda seis dias de trabalho em 12 parcelas. Os trabalhadores receberiam também reajuste de 6,87% retroativo a 1º de agosto.
A proposta foi aceita pela diretoria dos Correios, mas rejeitada pelos trabalhadores. O motivo do impasse é o desconto dos dias parados.
Antes do final da audiência, o presidente do TST fez um apelo aos trabalhadores e à diretoria dos Correios para que o impasse fosse resolvido, uma vez que o dissídio pode ser pior para ambas as partes.
Conforme João Oreste Dalazen, em outros julgamentos sobre greve, a Justiça do Trabalho já decidiu, por exemplo, pelo desconto integral dos dias parados. "A Justiça vai determinar o desconto não de seis, mas de 24 dias. As duas partes estiveram em posições que pouco favoreceram a negociação. Em vez de avançar, estamos nos afastando do que seria um ponto de evolução."
Representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) afirmaram, durante audiência, que qualquer proposta que remeta a desconto dos dias parados não será aceita pela categoria, uma vez que em greves anteriores não houve desconto.
Ao final da audiência, um dos representantes da federação, José Rivaldo, não descartou que haja um acordo informal antes do julgamento do dissídio. "Até terça-feira há esperança de se achar uma solução que, obviamente, vai passar por assembleia. Há risco de perdas maiores com o julgamento", disse. Na próxima segunda-feira (10), serão realizadas assembleias pelo país.
Na quinta (6), o presidente do TST havia determinado que 40% dos funcionários de cada unidade dos Correios voltassem ao trabalho nesta sexta. A Fentect terá de pagar R$ 50 mil por dia de multa caso a decisão seja descumprida.
De acordo com os Correios, das 7.486 unidades da empresa em todo o Brasil, 430 não cumpriram a determinação de ter um número mínimo de funcionários trabalhando. Por isso, a federação deve ser multada.
"Lamentamos muito. Essa é a segunda reunião de conciliação e, em ambas, aceitamos a proposta do conciliador. Lamentamos muito que houve rejeição", disse o vice-presidente de Recursos Humanos e Gestão dos Correios, Larry Almeida, sobre a falta de acordo.

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