Gerente da Fifa discursou durante posse do novo Comitê Municipal da Copa
Gustavo Alves, do R7
Gustavo Alves/R7
Gerente da Fifa (segundo da esq. para a dir.) indicou que entidade ignorou atrasos e SP
arbirá Copa de 2014
arbirá Copa de 2014
Um representante da Fifa indicou pela primeira vez que, apesar dos atrasos e da desorganização já conhecidos, São Paulo vai sim receber o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014. Durante o evento de posse do novo Comitê Municipal da Copa nesta terça-feira (4), na prefeitura de São Paulo, o Gerente-geral da Fifa para relacionamento com as sedes do COL (Comitê Organizador Local), Fabio Starling, foi bem claro quanto às expectativas dos paulistas de realizar a abertura do Mundial.
- Reafirmo a confiança de que São Paulo vai conseguir alcançar todos os seus objetivos para a Copa do Mundo. Com certeza o Mundial trará benefícios para a cidade.
Antes de dizer essas palavras, porém, ele ouviu do Secretário Especial de Articulação de São Paulo para a Copa, Gilmar Tadeu Ribeiro Alves, exatamente quais são os objetivos da cidade na realização do Mundial.
- Estamos atentos para o anúncio oficial de receber a abertura. Queremos muito e temos a certeza de que, em 12 de junho de 2014, os olhos do mundo estarão voltados para Itaquera e São Paulo.
A Fifa só fará o anúncio do calendário oficial do torneio após congresso da entidade, nos dias 21 e 22 de outubro. O secretário afirmou recentemente que uma comitiva paulista irá à Suíça para acompanhar o anúncio.
A indicação de Starling, porém, não evita que as trapalhadas que a CBF, o presidente do COL, Ricardo Teixeira, sejam esquecidas. Ao contrário. Quando São Paulo for confirmada como sede da abertura do Mundial, ficará evidente o tamanho do “jeitinho” que foi dado para que a cidade pudesse receber um dos eventos mais importantes do torneio.
No mesmo evento em que a Fifa praticamente assegurou a São Paulo a abertura, nesta terça, Ribeiro Alves também passou um dado que só confirma o tamanho do atraso da cidade para a Copa. Ele falou que “50% da terraplanagem já está concluída”. Só que, segundo a previsão inicial, essa etapa da obra já deveria estar em fase final.
Além disso, o prazo para conclusão do Fielzão já foi discutido até pela Fifa, que aceitou estender o limite de entrega do estádio para março de 2013, três meses antes do início do Mundial. Ribeiro Alves já havia afirmado ao R7, maio de 2011, que a Odebrecht trabalhava com prazo de 33 meses para concluir a arena, em março de 2014. Apesar disso, o presidente do Corinthians insiste em afirmar que o estádio estará pronto em dezembro de 2013, data que nem engenheiros da construtora acreditam ser viável.
Atrasos e politicagem da CBF custaram a Copa das Confederações
Até dois anos atrás, ninguém tinha dúvidas de que o Morumbi seria o estádio paulista na Copa de 2014. O São Paulo fez um primeiro projeto, e depois de receber novas instruções da Fifa, preparou o segundo desenho, que previa até cobrir o estádio. O custo da reforma era de R$ 256 milhões.
Naquela ocasião, Ricardo Teixeira e o então presidente Lula foram até o estádio e entraram em campo para anunciar que o novo Morumbi reunia as condições para receber o jogo de abertura da Copa do Mundo no Brasil.
Quando o São Paulo apoiou Fabio Koff para o Clube dos 13, e irritou Ricardo Teixeira, a situação mudou. O cartola queria que o clube ficasse ao lado de Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo. A partir de então, o estádio do Tricolor passou a ser bombardeado pela CBF. O comitê brasileiro fez novas exigências, o que dobraria o custo da reforma. O São Paulo não aceitou, e o Morumbi ficou fora da Copa.
Com o estádio são-paulino fora de cogitação, Ricardo Teixeira “convocou”, em 27 de agosto de 2010, o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, e o então governador do Estado, Alberto Goldman, para uma reunião, na qual propôs que o estádio corintiano, clube administrado por seu aliado Andrés Sanchez, fosse a sede paulista da Copa.
A partir daí, o Corinthians correu para viabilizar a construção da obra e contou com a intermediação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fechar contrato com a construtora Odebrecht, responsável por tocar a obra.
A falta de garantias financeiras e a presença de dutos da Petrobras no terreno onde o estádio está sendo erguido atrasaram a obra. Com a incerteza, São Paulo foi excluída da Copa das Confederações, competição que acontece um ano antes do Mundial e serve como um evento-teste.
Fifa garante estádio na Copa
O órgão máximo do futebol emitiu uma nota em seu site oficial em 13 de julho afirmando que aceitou as garantias financeiras para a construção do estádio e disse “estar equacionada a última questão em relação a financiamento dos estádios para a competição em 2014”. O Fielzão será construído no bairro de Itaquera, na zona leste da capital paulista. O orçamento previsto para a obra, que deve ficar pronta no fim de 2013 ou no início de 2014, é de aproximadamente R$ 820 milhões.
Em entrevista ao R7 há duas semanas, o atual Secretário Especial de Articulação para Grandes Eventos em São Paulo, Walter Feldman, disse que a Fifa não foi sincera com o comitê organizador local na hora de desaprovar o Morumbi como a arena da capital paulista. A declaração foi dada durante o seminário Um olhar para a Zona Leste.
Feldman participou ativamente do processo para que o Morumbi fosse aprovado para receber os jogos de São Paulo na Copa. Então Secretário de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, ele era um dos defensores da arena, que só foi excluída oficialmente do Mundial em junho de 2010, quase três anos depois da escolha do Brasil como sede da Copa.
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