CÂMARA DE IBICARAÍ

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Um amigo enviou por e-mail resolvi repassar // ELES QUEREM CASSAR SEU VOTO

REVISTA VEJA, Nº 20,  18/5/2011 - Igor Paulin
 
Um projeto costurado pelo PT pretende alterar a constituição para tirar dos brasileiros o direito de votar diretamente em seus representantes nas eleições do Poder Legislativo.
 
BOLCHEVIQUES - Para Lula, Rui Falcão, Zé Dirceu, Berzoini e Mercadante, o PT escolheria os representantes do povo melhor que o próprio povo.
 
    Um fantasma ronda o Congresso Nacional.  Na semana passada ele se cristalizou no formato de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) com uma proposição de arrepiar os cabelos: retirar dos eleitores brasileiros o direito, previsto na Constituição, de votar diretamente em seus candidatos para deputado federal, estadual e vereador.  De acordo com a proposta, contida em um texto de apenas duas páginas, o atual sistema de eleição para esses cargos seria substituído pelo chamado "voto em lista fechada".  Este modêlo, como o nome sugere, prevê que os partidos criem listas de representantes para disputar as eleições para o Legislativo.  Entrariam nas listas algumas poucas pessoas aprovadas pelas cúpulas partidárias.  No dia da votação, o eleitor só poderia votar na legenda - e não nos candidatos.  Sua liberdade de escolha, portanto, ficaria restrita a optar entre o PT, o PMDB, o PSDB...e assim por diante.  Quanto mais votos um partido recebesse, mas candidatos elegeria.  Ou seja: os iluminados escolhidos pela direção partidária ganhariam mandato mesmo sem ter recebido um único voto em seu nome.  A PEC foi aprovada pela comissão de reforma política do Senado.  Para entrar em vigor, ainda precisa passar pelo plenário da Casa e, depois, pelo crivo da Câmara.
   
"O PT é o principal interessado em aprovar essa mudança", explica o filósofo Denis Rosenfield, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.  Desde 2007, o sistema do voto em lista fechada tornou-se uma obsessão da alta cúpula petista.  O PT alega que o modêlo fortaleceria os partidos, por obrigar todos os integrantes de cada agremiação  a defender as mesmas bandeiras nas eleições.  Balela.  O que orienta os petistas nessa escolha é uma esperteza baseada na conjuntura, e não uma questão de princípios.  Eles apostam que a lista fechada ampliará sua representação na Câmara.  Há dois meses uma pesquisa do Datafolha revelou que o PT é o partido preferido de 26% dos eleitores.  Outros partidos grandes, como o PMDB e o PSDB, foram mencionados por 6% e 5% dos entrevistados, respectivamente.  Essa distância brutal em relação às outras legendas se repete em todas as pesquisas frealizadas desde 2003, quando os petistas chegaram ao poder.  O que se pretende com a lista fechada, portanto, é congelar o momento atual da política brasileira em que o PT domina a paisagem.  Petistas de alto cturno tambem se arrepiam, mas de emoção, ante a possibilidade de ordenar o rol de representantes do partido sem a participação dos eleitores.  Na prática, esse mecanismo garantirá aos chefões da legenda mandato vitalício:  eles estarão sempre nas primeiras posições da lista petista.  As legendas não precisariam mais arrecadar dinheiro para disputar as eleições: receberiam um cheque polpudo do governo para cobrir todas as despesas.  Desde os anos 80, muitos petistas defendem essa bandeira, sob o argumento de que o financiamento público permite que pobres e ricos concorram em pé de igualdade.  Mas a questão só entrou na ordem do dia por causa do escândalo do mensalão.  Pilhados operando um gigantesco esquema de corrupção usado para aliciar deputados, os petistas passaram a argumentar que o financiamento público eliminaria a necessidade de praticar malfeitos.  Risível.  A proposta do partido é que o governo financie as eleições com 7 reais por eleitor - o que significaria 950 milhões de reais a cada pleito.  Os recursos seriam distribuídos de acôrdo com a votação de cada legenda na eleição anterior para a Câmara.  Advinhe quem ficaria com a maior parte, se a dividão do bolo ocorresse hoje.  O PT, claro.  É mais uma forma de tentar se perpetuar no poder.
   
 O voto em lista fechada surgiu em 1885, na Bélgica.  A idéia era permitir que diversas ideologias tivessem espaço no Parlamento, respeitando o direito de minorias.  Mas sua aplicação só faz sentido quando há partidos fortemente ideológicos: um monarquista, um socialista, um liberal.... Na geléia geral dos partidos brasileiros, em que há gente que admite não ser "nem de direita, nem de esquerda, nem de centro", não há a menor justificativa para isso.  A lógica petista, que pretende mudar as regras do jogo para usurpar do eleitor o direito de escolher seus representantes no Parlamento, emula o velho princípio bolchevique de que não há virtude fóra do partido.  Só a agremiação sabe o que é melhor para o povo.  O germe dessa idéia tôsca foi plantado na Rússia, após a revolução de 1917, e até hoje dá frutos podres em lugares tão democráticos quanto Cuba, China e Coréia do Norte.  Inspirar-se nesse clube é tudo o que o Brasil não precisa fazer.
   
Como quase tudo que envolve o partido de Lula, há tambem um forte componente financeiro no meio dessa discussão.  Com a lista fechada, querem empurrar goela abaixo do eleitor o financiamento público das campanhas

Um comentário:

  1. e vai passar pois o governo tem maioria absoluta na câmara,passa o que eles querem...

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