CÂMARA DE IBICARAÍ

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Protestos em São Paulo têm paródia de funk e 'puxador' de hinos

Hit 'Jonathan 2', do Furacão 2000, vira pedido para Haddad ir 'até o chão'.
Rapper puxa coros e fanfarra para manifestações dita ritmo; veja vídeo.

Rodrigo Ortega Do G1 São Paulo

A música é inseparável dos protestos contra o aumento das tarifas de transporte em São Paulo. Os cantos mais constantes, como "ô, o povo acordou" e "não são só 20 centavos", parecem surgir espontaneamente entre os manifestantes. Mas, assim como em torcidas de futebol, os protestos também têm seus "puxadores" (veja vídeo ao lado).
No início da manifestação desta terça-feira (18), na Praça da Sé, no centro de São Paulo, um dos manifestantes mais animados, que puxou vários cantos que acabaram entoados por toda a praça, era Douglas "Puxador", ajudante geral de 35 anos. Ele diz que também é rapper e fez parte de torcida organizada, o que ajuda na hora de "usar os gritos de guerra para despertar o povo".
"Dança Haddad, dança até o chão / Aqui é o povo unido contra o aumento do busão"
Canto de manifestantes de São Paulo
"Dança Haddad, dança até o chão / Aqui é o povo unido contra o aumento do busão". Este canto foi repetido por manifestantes de São Paulo, usando a mesma estrutura do refrão "Dance potranca, dance com emoção / Eu sou o Jonathan da nova geração". A música parodiada, que já tinha aparecido em outros protestos paulistas, é "Jonathan 2", de uma das coletâneas da produtora carioca Furacão 2000.
Na terça-feira, o funk contra o prefeito de São Paulo foi cantado nos protestos contra o aumento das tarifas de transporte ao som instrumental da Fanfarra do Movimento Autônomo Libertário (ou, como se denominam, Fanfarra do M.A.L.).
Ei, mas que vergonha, a passagem tá mais cara que a maconha"
Canto de manifestantes de São Paulo
"A fanfarra é uma rede de 50 pessoas e a gente se reúne desde 2012 pra tocar nas manifestações", explica o trompetista André, de 27 anos, dizendo que o grupo paulista faz ensaios periódicos.
Durante o protesto de terça-feira, a fanfarra tocou com trompete e saxofone a música "Seven nation army", do White Stripes, cujo riff também virou hino em estádios de futebol.
O protesto na Paulista terminou com um grupo de maracatu. Pelo Centro, passaram um grupo hare krishna, um "soundsystem", com caixa de som improvisada e um coro de "Tente outra vez", de Raul Seixas.
Ô Brasil, vamo acordar, um professor vale mais do que o Neymar"
Canto de manifestantes de São Paulo
Entre o Hino Nacional e o conhecido "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor", alguns versos novos também aparecem. Na terça feira, os manifestantes estavam bastante animados com o "ei, mas que vergonha, a passagem tá mais cara que a maconha". Outro canto que agrada os manifestantes mais empolgados é o "'quem não pula quer tarifa", além do "ô Brasil, vamo acordar, um professor vale mais do que o Neymar".
'Geração Coca-Cola com Mentos'
O estudantes de administração Fábio Silva, 21, acredita que os jovens devem servir de exemplo para futuras gerações. 'Se a gente não acordar, isso aqui nunca vai mudar e nossos filhos vão passar pela mesma tortura' (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)Estudante de administração Fábio Silva, 21  (Foto:
Ana Carolina Moreno/G1)
Além das músicas cantadas durante as manifestações, letras de canções brasileiras também aparecem em cartazes, com suas frases originais ou modificadas.
Uma delas, vista pela equipe de reportagem do G1 em três cartazes na terça-feira, foi o termo "Geração Coca-Cola com Mentos". O termo se inspira na letra de "Geração Coca-Cola", da Legião Urbana.
A novidade, que caracteriza a nova geração "explosiva", é a citação da mistura do refrigerante cantada por Renato Russo com as balas de menta, que gera um estouro de espuma, famosa em vídeos no YouTube. O termo também é citado em postagens sobre as manifestações em sites e redes sociais. Outros trechos de "Geração Coca-Cola" também apareceram em cartazes.
Clarice Oliveira, 18, estuda para o vestibular de medicina e, assim como a amiga Débora, escolheu o trecho de uma canção para o seu cartaz no protesto. 'Ele representa bem o momento pelo que a gente está passando', afirmou a jovem (Foto: Ana Carolina Moreno/G1) 
Clarice Oliveira, 18, estudante (Foto: Ana Carolina
Moreno/G1)
Entre outras músicas citadas em cartazes estão "Brasil", de Cazuza (o trecho "Brasil, mostra a sua cara"), "Cálice", de Chico Buarque e Gilberto Gil (o trecho "afasta de mim esse cale-se", em interpretação livre da estrofe composta na época da ditadura militar) e "Deixa o menino jogar", do Natiruts (o trecho "A consciência do povo daqui é o medo dos homens de lá") e "Até quando?", de Gabriel, O Pensador (o trecho "Até quando você vai levando porrada?").
Outra canção citada em cartazes foi "Vem pra rua" (o trecho "A rua é a maior arquibancada do Brasil"), do compositor Henrique Ruiz. A faixa foi feita para uma campanha publicitária, com arranjo de Simoninha e voz de Falcão, d'o Rappa, mas acabou sendo adotada pelos manifestantes.

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