CÂMARA DE IBICARAÍ

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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Taylor Caniff, viner celebridade, encanta fãs sem motivo e 'sendo ele mesmo'



Sabe aquela brincadeira na qual um infeliz faz mímica – gesticulando frenética e pateticamente, dado que é proibido falar – para que os demais integrantes do time tentem adivinhar o nome do filme? Um show (ou apresentação ou sabe-se lá que nome tem aquilo) do Taylor Caniff é mais ou menos assim. Só que, nesta versão absurda do jogo, quem tem de descobrir alguma coisa são os dedicados pais das fãs do rapaz. E é tarefa árdua. 
 
Eis o mistério a ser desvendado: por que o astro da noite, um americano de 19 anos de idade, se tornou uma webcelebridade com mais de 1 milhão de seguidores no Twitter e outros 2 milhões e tanto no Instagram e no Vine? Que é ele? O que ele faz? Que talento tem? O que ele come? O Quem curte?assumiu a investigação (assista no vídeo acima).
 
Raríssimas vezes a expressão “cara de interrogação” deve ter feito tanto sentido quanto na noite última sexta-feira (29). Era quase comovente observar aqueles pais e mães imóveis que, escorados na parede oposta ao palco, espiavam tudo com olhos que pareciam carregar todas as dúvidas do mundo. Era um olhar de perplexidade e autopiedade. Talvez alguém imaginasse o que poderia ter comprado com os R$ 159 gastos no ingresso. Mas então você fica sabendo que alguns estão ali voluntariamente, ou melhor, na base da falcatrua, porque burlaram a regra, não pagaram a entrada e, mesmo assim, deram um jeito de adentrar o salão. Ninguém mandou...
 
O salão, no caso, se localiza numHOTEL na Avenida Paulista, em São Paulo. A organização conta que havia 250 vagas disponíveis para este evento chamado – atenção – “VIP Party”. Mas tinha umas 150 garotas (está explicado, então, por que foi tão fácil a vida dos pais furões). Lá na frente, as filhas se acotovelavam na grade perto do palco. Berravam e berravam e berravam. Atrás, os responsáveis assumiam a responsabilidade de matar a charada. Se fosse cena de crime, seriam eles os peritos. E com quase nada de pistas. Alguns conspiravam e especulavam: “Disseram que canta, mas canta mesmo?”. “Minha filha diz que é lindo”, outro respondia. 
 
Como o espaço era amplo – a administração informa que cabem umas 500 pessoas, por aí –, o local meio vazio ficou com aspecto permanente de festa-que-ainda-não-começou. 
 
Mas ninguém ligava. A VIP Party estava prevista para começar às 18h, mas Caniff só irá entrar em cena às 20h40. Na ausência do ídolo, as admiradoras gritavam para ninguém. Ou para o sistema de som quando dali saía Demi Lovato ou Pharrell Williams, em repetição. O clima matinê só era evitado porque uma hora alguém apagou todas as luzes e decidiu manter assim. Uma hipótese provável: limitar a visão de Taylor e impedir que ele se desse conta de que uma coisa é o mundo virtual (milhões de seguidores e tal), outra coisa é a vida real (auditório vazio etc.).  
 
Pouco antes de Taylor Caniff se apresentar, conversei com ele durante dez minutos no camarim. É educado, simpático, atencioso, sério, compenetrado e um pouco tenso: respondeu todas as perguntas olhando para baixo, esfregando as mãos e ajeitando o cabelo regularmente (um tique), às vezes tremendo os lábios. Nada a ver com a imagem extrovertida que vemos em seus vídeos no Vine. “Na escola, eu era o palhaço da classe. Tive problemas, mas fazia todo mundo rir”, explica. 
 
Contou que, durante suas turnês, faz caridade, tendo se dedicado especialmente ao desafio do balde de gelo, iniciativa para arrecadar fundos para tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). E contou que gosta de futebol e do Neymar (“do estilo, da personalidade, tem elegância, é cool”). E que sente falta da família (“fico homesick”), já que viaja muito e, nos últimos 8 meses, passou só cinco dias em casa. “Tenho só 19 anos, sou muito novo. Ficar em turnê é cansativo, mas vale a pena, porque tem sempre benefícios, você encontra pessoas, vê rostos bonitos.” 
 
Sobre o Brasil, é todo elogios: “Gostei, é uma loucura, são belas garotas, incrível, elas me seguem aonde quer que eu vá”.  
 
As fãs lhe devolvem o elogio. Lindo, fofo, dedicado e engraçado são os adjetivos mais comuns que ele escuta. Há quem aprecie ainda a sua voz, uma vez que Taylor eventualmente canta. Na festa doHOTEL, tentou cantar durante todos os brevíssimos 20 minutos em que ocupou a cena, mas um problema com o microfone impediu que ele fosse muito longe. E que permitisse aos pais encontrar uma razão que fosse para tamanha adoração. 
 
Certamente, não viram um vídeo recente bastante popular no Vine de Taylor, postado em abril, no qual está um resumo do estilo de diversão que ele proporciona. As imagens mostram o jovem com uma bola de futebol nas mãos. De uma distância razoável, ele faz o arremesso e acerta o alvo – um carro conversível. 
 
“Se você quer ser uma celebridade da internet, precisa ter certeza de que vai saber lidar tanto com comentários positivos quanto com comentários negativos e críticas. Você não pode ser alguém fraco”, aconselhou Taylor. “Apenas pense positivo, seja engraçado. E seja um personagem.” Algum palpite para tanto amor e dedicação por parte das fãs? “Acredito que as garotas me amam por causa da minha personalidade e do jeito que eu levo a vida. Sou um jovem americano que queria pouca coisa e agora tem muita.” Um filme mais banal do que os pais poderiam suspeitar.

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