FONTE Sinjorba Escrito por Fernanda Gama https://sinjorba.org.br/na-rede-bahia-tomar-cafe-na-maquina-da-sala-do-chefe-e-proibido/
A diretoria do Sinjorba leu estarrecida o relato do colega Hildazio Santana sobre sua demissão da Rede Bahia. Leu ainda mais estarrecida a nota diminutiva emitida pela empresa nesta quinta (28), após vir a público o fato envolvendo um jornalista, seu chefe e uma máquina de café, que culminou, como sempre, no arrebento da corda na parte mais fraca.
Demitido, Hildazio Santana, ex-coordenador de esportes no Jornalismo da empresa, escreveu em suas redes sociais sobre o motivo de sua demissão (veja aqui). Segundo seu relato, numa noite de trabalho, foi à sala da Diretoria e pegou uma máquina de café, levando-a à outra sala, para ser usada pela equipe de plantão. No dia seguinte, foi chamado pelo ex-chefe, Eurico Meira, diretor de Jornalismo da Rede Bahia e, após ouvir insinuações de que tivesse tido o objetivo de furtar o equipamento, foi desligado por expensas patronal, lógico, depois de ser ameaçado de justa causa.
Se o equipamento continuou nas dependências da empresa e foi usado de maneira pública (situação evidenciada pelas câmeras de segurança), a palavra furto não se aplica. Talvez, por regulamento interno, usar a máquina de café da Diretoria seja proibido. Hildazio teria cometido, então, uma falha de ordem trabalhista. E só. Funcionário da emissora por 20 anos, com sete promoções (como o próprio relatou), é forçar a barra insinuar qualquer coisa além disso. Talvez fosse o caso de a Rede Bahia mostrar o regulamento e suas penalidades.
Ao tempo em que se solidariza com Hildazio, o Sinjorba, à luz do relato, questiona a empresa se tal ocorrido justifica uma demissão, se justifica uma insinuação de tentativa de furto e se a suspeita de ter cometido racismo é a imagem que a Rede quer passar à sociedade baiana.
Negro, pobre, batalhador e vencedor, o jornalista Hildazio Santana poderia ser pauta do programa Conversa Preta, da emissora. Mas, longe das câmeras e da audiência de sábado à noite, foi reduzido pelo julgo típico de ambientes onde cada um deve saber qual é o seu lugar, especialmente se não for branco e rico. Foi mandado ao Departamento Pessoal. Por pouco não foi levado à polícia. Na Rede Bahia, tomar café na máquina da sala do chefe é proibido.
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