CÂMARA DE IBICARAÍ

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BAHIA CACAU

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domingo, 26 de dezembro de 2021

Deus, tenha misericórdia de nós


 Por Arnold Coelho Jornalista MTB 6446/BA 
Cidadão baiano, ibicaraiense, com o coração Alagado de tristeza e cheio de esperança.


O Sul e Extremo Sul baiano está debaixo d’água depois de mais de 30 horas de intensas chuvas torrenciais. Ibicaraí amanheceu sábado, dia 25 de dezembro, com um volume de água no Rio Salgado nunca visto antes. As comparações iniciais foram com a enchente de 1967, mas, relatos de pessoas que vivenciaram aquela tragédia, afirmam que essa é a maior enchente que a cidade já viu.

Hoje, domingo, dia 26, as águas começaram a baixar e o cenário é desolador e assustador. Caminhei por pontos por onde a água passou e me senti em uma produção hollywoodiana de Steven Spielberg com tamanha destruição: algumas casas foram literalmente arrancadas e levadas pelas águas e muitos móveis empilhados. Eu nunca imaginei que viveria para ver tamanha tragédia em minha cidade. Cenário de zona de guerra.

Sempre usei frases de efeito, daquelas que decoramos na internet e por vezes tentamos acalmar algum amigo. Sempre gostei de dizer: “Depois da tempestade vem a bonança”. Gente, depois dessa tempestade que presenciei eu nunca mais vou usar essa frase, pois quem a criou nunca passou por uma tempestade. Hoje eu posso afirmar com tristeza que depois da tempestade vem a desolação, a perda, a angústia, o choro, o sofrimento, a incerteza e o medo de novas chuvas.

A população ribeirinha é forte, e como bom brasileiro, não desiste nunca e começou hoje a volta para casa ou o que sobrou dela. Muitos, centenas, estão em clubes, escolas, igrejas, que viraram abrigos para atender quem precisa de ajuda. Ibicaraí começa a viver uma nova realidade de total desolação nas áreas próximas ao rio. 

Nesse momento falta quase tudo: do básico, como água potável, energia e alimento, e sobra algo que estava em falta entre as pessoas: SOLIDARIEDADE. Isso mesmo, que povo SOLIDÁRIO é o baiano! Que povo retado: do “dotô” ao “noia”, todo mundo ‘caiu pra dentro’ e foi ajudar a quem precisa de ajuda. A cidade vive um clima de muita ajuda e total COMPAIXÃO.

Finalizo esse primeiro relato dessa improvável, mas real catástrofe, dizendo que verdadeiramente as tragédias aproximam as pessoas e hoje eu vejo o ser humano mais humano e fraterno com o seu próximo. Que nesse momento possamos, todos juntos, em uma só voz pedir: Deus, olhe para o Sul e Sudoeste baiano e tenha misericórdia de nós!

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